NP 02 - Jornalismo
Coordenadora:
Profa. Dra. Marialva Barbosa - marialvab@zipmail.com.br
HIPÓLITO
DA COSTA, REPÓRTER PRECOCE
José Marques de Melo
RESUMO - Perfil de Hipólito da Costa, integrante da geração
que implantou o jornalismo brasileiro. Sua atividade precoce como repórter
privilegiou a divulgação científica e tecnológica. Além de reconstituir
sua trajetória pioneira, pretende-se analisar a natureza do trabalho
informativo por ele realizado, no final do século XVIII. Durante viagem
aos Estados Unidos da América, ele identificou inovações suscetíveis
de transferência para o Brasil e Portugal.
Palavras-chave: Divulgação Científica, Jornalismo Brasileiro. Reportagem.
História. Biografia.
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MULHERES
JORNALISTAS NA IMPRENSA BRASILEIRA
Alice Mitika Koshiyama
Instituição: Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo (ECA-USP)
RESUMO - O conceito de lugar social permite avaliar as
possibilidades e limitações do trabalho do historiador e um exame mais
objetivo dos processos de construção da história. O historiador, portador
do saber que condiciona a sua prática, executa a escrita parcial da
história, na medida que toda narrativa histórica busca preencher lacunas
de um passado, cuja totalidade nos escapa. Nesse contexto, avaliar ausências,
defender paradigmas e apontar exemplos de pesquisas são ações pertinentes
ao processo de organização de uma área de pesquisa. Este trabalho avalia
o tema mulheres jornalistas na imprensa brasileira, a partir do conceito
de lugar social (cf. M. de Certeau), realiza uma leitura de algumas
obras correntes da história da imprensa e analisa a elaboração de projetos
de pesquisa a partir de valores formadores da construção da cidadania
das mulheres. (apoio CNPq).
Palavras-chaves: História do Jornalismo - Mulheres Jornalistas no Brasil
- Projetos de Pesquisa.
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CLIENTELISMO,
CORRUPÇÃO E PUBLICIDADE: COMO SOBREVIVIAM AS EMPRESAS JORNALÍSTICAS
NO RIO DE JANEIRO DOS ANOS 50
Ana Paula Goulart Ribeiro
RESUMO - Este trabalho faz parte de uma reflexão maior
realizada na tese de doutorado sobre a modernização da imprensa carioca
nos anos 1950. Naquele trabalho, procurou dar conta das transformações
que se processaram na estrutura administrativas das empresas jornalísticas,
nas técnicas de produção do texto, na organização gráfica e editorial
dos jornais, assim como na constituição do profissional de imprensa.
Neste texto, aborda-se apenas o aspecto empresarial. A primeira questão
fundamental diz respeito às fontes de renda dos jornais: a venda avulsa
ou por assinatura, o clientelismo e a chantagem, os empréstimos e privilégios
públicos, o apoio de grupos privados e a publicidade. Procura-se pensar
o peso de cada um desses elementos na imprensa carioca dos anos 50.
Como funcionavam as relações com o poder público? Será que o desenvolvimento
da publicidade no período possibilitou um autonomização do campo jornalístico
em relação à esfera política?
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NARRAR
A VIOLÊNCIA - A COBERTURA POLICIAL NUM JORNAL POPULAR DOS ANOS 1990
Cláudia R. F. Lemos
Instituição: UFMG
RESUMO - Estudo da cobertura policial no Extra, jornal
popular criado em 1998 no Rio de Janeiro, pelo grupo de O Globo. O artigo
mostra as origens da cobertura policial na imprensa e analisa suas características
nos anos 1990, relacionadas à violência urbana e ao formato dos novos
jornais populares. A série de reportagens do Extra sobre os "autos de
resistência", publicada em 1999, é examinada como um exemplo das tendências
verificadas no estudo. Este artigo apresenta resultados preliminares
da tese de doutorado sobre características do jornalismo impresso brasileiro
na década de 1990, em preparação junto ao programa de Estudos Literários
da UFMG.
Palavras-chave: jornalismo, jornal popular, jornalismo policial
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A
HISTÓRIA DO JORNAL DE MAIOR CIRCULAÇÃO DO AMAZONAS
Eula Dantas Taveira
Instituição: FIAM e UMESP
RESUMO - A história da imprensa no Amazonas inicia em
1851, um ano depois da criação da Província, com o jornal "Cinco de
Setembro". A partir daí, o Estado é "invadido" por vários gêneros jornalísticos,
mas somente o informativo, comandado pelos grupos familiares, consegue
tomar maior fôlego. Dentre eles, apenas o jornal "A Crítica", da família
Calderaro, conseguiu sobreviver. O presente trabalho tem por objetivo
mostrar a história do jornal "A Crítica", levando em consideração, também,
as mudanças gráficas ocorridas no período de 49, 60 a 74 e os projetos
gráficos de 91 e 99.
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OS
DESENCONTROS ENTRE A MULHER DO POVO E AS MULHERES DO POVO - A ATUAÇÃO
JORNALÍSTICA DE PAGU NO JORNAL O HOMEM DO POVO
Gisely Valentim Vaz Coelho Hime
Instituição: Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo
RESUMO - Na década de 30, respondendo às inúmeras transformações
que se processam nas relações da mulher com a sociedade, observa-se
um crescimento de publicações, seções e suplementos femininos. Todos
buscam dialogar com a "mulher moderna", seja para reforçar antigos valores
e retardar os processos de mudança, seja para incentivar as novas imagens
em circulação. Entre as seções femininas que surgem neste momento, está
A Mulher do Povo, espécie de segundo editorial, assinado por Patrícia
Galvão (Pagu), no jornal panfletário O Homem do Povo, editado por ela
junto com Oswald de Andrade. Nestes textos, Pagu dialoga, entre outros
modelos burgueses, com os de mulher e homem ideal, assinalando o que
seriam as mazelas da sociedade de então e os entraves ao estabelecimento
de uma nova ordem.
Palavras-chave: Jornalismo - História - Gênero
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OS
ARGENTINOS "INVADEM" O BRASIL : A REPRESENTAÇÃO DOS "HERMANOS" NO DISCURSO
JORNALÍSTICO SULINO
Nilda Jacks; Marcia B. Machado; Karla Muller
Instituição: FABICO/ UFRGS
RESUMO - O foco da análise são as matérias divulgadas
pela imprensa sulina, sobre o turismo e o esporte, que envolvem a participação
da Argentina. A escolha destes objetos, além de envolver o interesse
de grande parcela das populações e dos leitores de jornais, pode revelar
aspectos que extrapolam as relações formais e oficiais entre Brasil
e Argentina, pondo à mostra elementos que compõem a experiência concreta
dos sentimentos de "brasilidade" e "argentinidade", no confronto que
articulam. São tratados, sob o ponto de vista da análise do discurso,
as matérias de Zero Hora e Correio do Povo, os jornais de cobertura
estadual de maior circulação no RS e Diário Catarinense com circulação
em SC.
Palavras- chave: jornalismo, análise do discurso, representação
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"A
CLASSE OPERÁRIA": UMA ALTERNATIVA?
Carmen Dulce Diniz Vieira; Daniel Castro Nascimento; Renata
Moreira Ferreira
RESUMO - O trabalho "A Classe Operária: uma alternativa
?" apresenta o jornal "A Classe Operária", principal publicação do Partido
Comunista do Brasil desde 1925, como objeto de estudo . A primeira parte
analisou o discurso do jornal em cinco períodos, nos quais o Partido
existiu legal e ilegalmente. Na segunda parte, daremos ênfase aos processos
de recepção do jornal e no modo como o público assimila as mensagens
a eles transmitidas e a imagem que os mesmos constróem do jornal. "A
Classe Operária" surge como o principal organizador do Partido Comunista
do Brasil, seguindo as orientações leninistas de imprensa e organização.
Entretanto, desde o início, o jornal fere alguns pontos dessa teoria:
é vertical e reproduz formas e conceitos da grande imprensa. Será que
o jornal pode, realmente, ser uma alternativa, se não procura buscar
um discurso diferencial? Como o público é atingido e levado a enxergar
o mundo a partir da leitura desse veículo?
Palavras-chave: Jornalismo político. Partido Comunista do Brasil. Modelos
alternativos de comunicação
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MERCOSUL;
BRASIL E PARAGUAI: A INTEGRAÇÃO (IM)POSSÍVEL
Mário Ramão Villalva Filho
Instituição: Universidade Cruzeiro do Sul - Unicsul
RESUMO - Abordamos a relação Brasil-Paraguai em estudo
comparativo do discurso dos comunicadores sociais, analisando as duas
conotações possíveis da integração. Partindo de várias entrevistas com
os responsáveis dos meios de comunicação de Paraguai e Brasil foram
recolhidos críticas e temas referentes ao processo de integração no
Mercosul, especificando os dois países: Brasil e Paraguai. Neste contexto,
priorizamos estudar as diferenças de relacionamento entre os dois países
e o que se refletem nos meios de comunicação social. Assim sendo, comparamos
os conceitos e preconceitos possivelmente existentes na elaboração das
informações e os níveis de interesses em que são realizados os processos
de emissão das matérias jornalísticas.
Palavras-chave: Jornalismo, Mercosul, Brasil-Paraguai
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JORNALISMO
E CIDADANIA: CONFIGURAÇÕES DA LUTA POR DIREITOS LEGAIS DOS DOENTES MENTAIS
NOS ESPAÇOS PÚBLICOS
Adélia Barroso Fernandes
Instituição: Centro Universitário de Belo Horizonte -
UNI-BH
RESUMO - Pretende-se demonstrar neste artigo que as experiências
de um grupo específico podem gerar apelos à cidadania de grande alcance
e que o jornalismo faz parte desse processo de circulação e aprimoramento
do sentido de cidadania no Brasil contemporâneo. A partir principalmente
de noções de valor notícia, mundo da vida, de espaço público e de dinâmica
nos fluxos comunicativos, desenvolvidos Habermas, queremos compreender
a relação entre a luta dos atores sociais, a constituição do Movimento
Antimanicomial, suas reivindicações para inscrição legal dos direitos
e o aparecimento do tema na mídia impressa. Observamos a entrada desse
tema na Folha de São Paulo (FSP), Jornal do Brasil (JB) e revista Veja,
de 1987 a 1997. Deste período reunimos 97 matérias sobre o tema manicômio
e loucura.
Palavras-chave: Jornalismo, espaço público, fluxos comunicativos e
movimentos sociais
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GLOBALIZAÇÃO
E EXCLUSÃO SOCIAL - A OPINIÃO DO JORNAL
Marcos Ianoni; Afra S. Balazina; Fernanda O. Ferreira
Instituição: Cásper Líbero
RESUMO - Trata-se de um projeto de pesquisa já em execução
que aborda a opinião do jornal Folha de São Paulo sobre o problema da
exclusão social no atual contexto de globalização em que está inserido
o país. O foco de pesquisa dirige-se aos editoriais do jornal nos últimos
anos, especialmente o de 1999. Serão investigados elementos quantitativos
e qualitativos da opinião do jornal sobre a exclusão social. A hipótese
diretriz principal da pesquisa é a de que, devido às características
do jornal enquanto empresa, que possui determinadas relações de propriedade
e interesses, assim como devido às características de seu gênero editorial,
a Folha de São Paulo tem abordado, nos últimos anos, a exclusão social
através de uma posição que definimos como de discórdia moderada.
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O
JORNALISMO DE MANUAL E O DESAFIO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Toni André Scharlau Vieira
Instituição:Universidade Luterana do Brasil (Ulbra - Canoas,
RS)
RESUMO - Este texto é uma parte de minha tese de doutorado
defendida em 2000 junto a Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele
se propõe a fugir dos esquemas explicativos definitivos e dialogar com
os saberes múltiplos que compõem a realidade simbólica da humanidade.
Diante do avanço das novas tecnologias e dos impasses da produção jornalística
contemporânea, é bem mais produtivo investir nas possibilidades do conhecimento
multidisciplinar e complexo. O diagnóstico feito aponta que é necessário
repensar o modo de produção jornalístico como um todo, até para que
se possa recolocá-lo como verdadeiro artífice da relação e da comunicação
social. Ao negar suas características subjetivas, complexas e multifacetadas,
o Jornalismo perde a oportunidade de atuar como um espaço que se coloca
como organizador social e se propõe a utilizar a Internet como forma
de ampliar a participação e a cidadania.
Palavras Chave: Jornalismo, Novas tecnologias, Cidadania
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A
LINGUAGEM INFORMATIVA SINCRÉTICA DO JORNAL IMPRESSO
Adenil Alfeu Domingos
Intituição: Unesp de Bauru
RESUMO - A folha impressa de jornais e revistas está passando
por uma grande reformulação no que tange ao processo de diagramação.
As linguagens verbais e não-verbais, passaram a disputar espaço dentro
dela, muitas vezes de modo sincrético. Na verdade, a imagem parece,
cada vez mais substituir a mancha impressa verbal, dando nova feição
à página impressa, agora, com mais colorido e com mais efeito de real.
As modernas tecnologias, que possibilitaram a reprodução da imagem com
grande eficiência, foram decisivas para essa revolução. Assim sendo,
procuramos na teoria semiótica um meio para poder fazer uma análise
desses diferentes códigos de linguagem, componentes da página impressa.
Um estudo desse relacionamento discursivo revelou-nos a necessidade
de considerar inclusive um novo modo de ver e ler o texto informativo.
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INFORMAÇÃO
ONLINE: JORNALISTA OU PRODUTOR DE CONTEÚDOS ? MUDANÇAS ESTRUTURAIS NO
JORNALISMO
Zélia Leal Adghirni
Intituição: Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasilia
RESUMO - O trabalho apresenta um panorama geral sobre
as transformações que vêm ocorrendo na mídia impressa brasileira, provocadas
pela Internet. A produção e a distribuição da notícia em rede alteram
as rotinas de trabalho dos profissionais submetidos às pressões do "tempo
real" e da "ideologia da transparência". As organizações profissionais
( patrões e empregados) devem fazer face à uma nova realidade que "desconfigura"
o mercado atual, desafia a legislação vigente e desestrutura conceitos
tradicionais de jornalismo. Jornalista ou produtor de conteúdos ? Notícia
ou informação ? Mediador de sentidos ou veículo de transações comerciais
? Neste texto procuramos refletir sobre algumas questões urgentes que
envolvem o jornalista e o jornalismo na sociedade da informação. O objetivo
deste trabalho é de analisar a situação dos jornalistas brasileiros
na produção e distribuição da notícia em rede através do estudo de caso
do jornalismo online no Distrito Federal.
Palavras-chaves: jornalismo online- regulamentação profissional- novas
tecnologias
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QUALIDADE
PERCEBIDA DE QUATRO JORNAIS ON-LINE BRASILEIROS
Jorge Pedro Sousa
Instituições: Universidade de Santiago de Compostela (Espanha)
e Universidade Fernando Pessoa (Porto - Portugal)
RESUMO - Este trabalho propõe e usa uma ferramenta de
análise do jornalismo e dos sistemas hipermédia na World Wide Web para
avaliar a qualidade percebida de quatro jornais brasileiros on-line.
Os jornais foram avaliados separadamente por um grupo de estudantes
portugueses e por um grupo de estudantes brasileiros. O autor verificou
que para um número considerável de variáveis não houve diferenças estatisticamente
significativas na avaliação da qualidade percebida dos jornais por portugueses
e brasileiros.
Palavras-chave: Jornalismo On-Line · Sistemas hipermédia · Percepção
da qualidade
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O
JORNAL DIGITAL COMO EPICENTRO DAS REDES DE CIRCULAÇÃO DE NOTÍCIAS
Elias Machado
RESUMO - Em contraste com o caráter fechado dos conteúdos
dos jornais impressos, das manchetes radiofônicas e dos telejornais,
as publicações digitais são instadas a propor uma estrutura mais aberta
em que cada meio de modo integrado e seletivo atua como uma espécie
de epicentro das redes de circulação de notícias. Com o novo cenário
marcado pela inserção das empresas em um tecido cada vez mais denso
e capilarizado muitas das práticas consagradas na indústria jornalística,
como o desenvolvimento dos arquivos centralizados, são reorganizadas.
Em um ambiente de trabalho cooperativo onde a rede mesma se configura
como um verdadeiro banco da memória coletiva, as atribuições profissionais
de arquivistas ou jornalistas são flexibilizadas, em alguns pontos,
sobrepostas, e, em outros, totalmente traspassadas para os usuários
do sistema.
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JORNALISMO
NA INTERNET: CONVENIÊNCIA, INFORMAÇÃO E INTERAÇÃO
Claudia Quadros
Instituição: Universidade Tuiuti do Paraná
RESUMO - A maioria dos jornais não conseguiu sair de um
estágio primitivo da Internet. Assim como os primeiros carros eram semelhantes
às carroças, os diários digitais são muito parecidos com os impressos.
Com a facilidade existente para acessar as informações de maior interesse,
o leitor buscará o melhor jornal eletrônico. A competição com as demais
páginas web exigirá do jornal online instantaneidade e profundidade.
Mas será isso possível? Atualmente poucos jornalistas podem cobrir uma
área específica, como economia, cultura ou saúde. A maioria chega a
escrever até quatro matérias ao dia, quase sempre sobre assuntos diferentes.
Por isso, uma das preocupações é saber como será a rotina de um jornalista
em uma redação digital que exige e exigirá cada vez mais a instantaneidade
da notícia.
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JORNAL
ONLINE: UMA AVALIAÇÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA MINEIRA
Ângela Carrato
Instituição: UFMG
RESUMO - Este texto apresenta conclusões, até o momento,
de uma pesquisa que se desenvolve desde 1996. Ela aborda algumas questões
relativas ao jornalismo online, entendido como o jornalismo que é feito
na Internet, em oposição ao jornalismo clássico que tem no papel o seu
suporte tradicional. O argumento central é de que a experiência de três
jornais diários mineiros (Estado de Minas, Hoje em Dia, O Tempo) ainda
está longe de caracterizar uma percepção plena das possibilidades deste
novo suporte, com as publicações em questão, em que pese investimentos
significativos em tecnologia e marketing, produzirem na rede apenas
pálidas cópias de sua versão em papel. Diante da realidade do jornalismo
digital, o texto discute também perspectivas para o jornal na versão
papel. Nossa conclusão é de que, a curto e médio prazo, o suporte papel
e o digital vão continuar a conviver, mas em registros bem demarcados
no que se refere ao conteúdo e à recepção.
Palavras-Chaves: Jornalismo, Digital, Minas Gerais.
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O
TEXTO JORNALÍSTICO ON-LINE: UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM DA NOTÍCIA NA
INTERNET
Fabiana Piccinin
RESUMO - A partir de uma retrospectiva histórica dos meios
de comunicação, este artigo discute a inter-relação da natureza de cada
media na consolidação da sua linguagem, desde o surgimento do jornal
impresso até a Internet. Ao apontar as principais características dos
meios de comunicação, o texto as relaciona com as conseqüentes interferências
na consolidação do tipo de texto a ser produzido, orientando o questionamento
na busca de uma definição para a linguagem a ser adotada na redação
de notícias para Web. A problemática parte do fato que, se cada mídia
tem uma linguagem específica em conseqüência de sua natureza, então
qual deve ser a linguagem a ser adotada pelo jornalismo on-line, uma
vez que ele reúne características de todas as mídias convencionais (jornal
impresso, rádio e televisão), somadas ainda às novas possibilidades
advindas da interatividade, instantaneidade e hipertextualidade da Internet.
volta
AS
NOVAS TECNOLOGIAS NA IMPRENSA BRASILEIRA
Greicy Mara França Queiroz da Costa
Instituição: UFMS e UMESP
RESUMO - Este trabalho é parte da pesquisa As Novas Tecnologias
na Imprensa Brasileira: A informatização do jornal Projétil - jornal
laboratório do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFMS, realizada
no curso de especialização em Comunicação Social pela USF/SEPAC em 1999.
Nele, buscamos verificar a evolução da Imprensa Brasileira frente as
novas tecnologias e analisar os impactos que as novas tecnologias geraram
pois, sabemos que a compreensão da sociedade é realizada através das
mensagens e das facilidades de comunicação e que, no futuro as mensagens
entre o homem e as máquinas, entre as máquinas e o homem e entra a máquina
e a máquina desempenharão papel cada vez mais importante.
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HIPERMÍDIA
E AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS: O CASO DA AGÊNCIA ESTADO
José Afonso da Silva Junior
Instituição: FACOM - UFBA e UFPE
RESUMO - Normalmente, o conceito de hipermídia aponta
para a agregação das noções prévias de hipertexto com a multimídia.
Em um nível mais aprofundado de análise, procuramos posicionar o conceito
de hipermídia no seguinte eixo: colocando a produção dos conteúdos digitalizados
como elementos de disseminação em diversas plataformas. Nesse trabalho
(síntese de um capítulo da recente dissertação de mestrado defendida:
Jornalismo 1.2: Características e usos da hipermídia no jornalismo,
com estudo de caso do Grupo Estado de São Paulo), particularizamos esse
conceito relativo às agências de notícias, tentando estabelecer as relações
com a produção jornalística contemporânea.
Palavras chave: jornalismo, hipermídia, online.
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JORNALISMO
TRANSGÊNICO
Leandro Marshall
Instituição: Universidade de Passo Fundo-RS, UMESP e FADEP
- Pato Branco-PR
RESUMO - Os paradigmas do jornalismo passam por uma mutação
radical no limiar do terceiro milênio. A ideologia pós-moderna do mercado,
que tudo liberaliza e relativiza, também flexibiliza as normas e valores
do jornalismo. Como efeito, a linguagem jornalística é contaminada pela
lógica e pela retórica da publicidade, que tudo estetiza e mercadoriza.
A publicidade se torna na sociedade pós-moderna o grande discurso universal,
a linguagem absoluta da ideologia dominante, a ultra-ética da mercado,
que tem como missão precípua manter intocável o sistema capitalista.
Neste artigo, são identificados e apresentados os 25 tipos de cruzamentos
transgênicos entre o jornalismo e a publicidade na mídia impressa.
Palavras-chave: Jornalismo; Comunicação; Teoria do Jornalismo.
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APONTAMENTOS
SOBRE O USO DO COMPUTADOR E O COTIDIANO DOS JORNALISTAS
Maria José Baldessar
Instituição: UFSC
RESUMO - Este artigo analisa as mudanças no cotidiano
dos jornalistas a partir da chegada do computador no jornal, identificando
aspectos da relação do profissional com o novo instrumento. Dedica especial
atenção às mudanças na estrutura física das redações, no processo de
trabalho e, principalmente, as mudanças sociais no cotidiano profissional.
Para obter os resultados desejados optamos por entrevistar jornalistas
que vivenciaram o processo de transição entre a máquina de escrever
e o computador.
Palavras-chave: revolução informacional, jornalismo, profissão.
volta
JORNALISMO
ONLINE: DOS SITES NOTICIOSOS AOS PORTAIS LOCAIS
Suzana Barbosa
Instituição: Faculdade de Comunicação da Universidade
Federal da Bahia
RESUMO - O artigo apresenta o jornalismo online como uma
das espécies emergentes do jornalismo, que, a partir da digitalização
da informação com o uso das tecnologias telemáticas favoreceu a criação
de novos formatos para a veiculação de notícias no ambiente digital.
Para tanto, destaca-se as características principais do jornalismo digital,
apontando os momentos de diferenciação com a criação de novas categorias
para o jornalismo online: o jornalismo de portal e os sites com conteúdos
direcionados ao local, a cidades específicas, que são os portais locais,
cujo formato mescla uma linguagem híbrida do jornal diário impresso
com o de revista. Também traça um breve histórico sobre o percurso do
jornalismo na Rede.
Palavras-chave: Jornalismo online - Diversificação de formatos - portais
locais
volta
EDIÇÃO
NÃO-LINEAR DIGITAL NO TELEJORNALISMO DIÁRIO DE UMA EMISSORA
DE TV E AS NOVAS ROTINAS DE PRODUÇÃO
FERNANDO CROCOMO e NILSON LAGE
UFSC
RESUMO - Este trabalho trata da implantação do sistema
de edição não-linear digital para a produção de notícias numa emissora
de televisão. Apresenta o que está mudando no telejornalismo diário.
Compara a nova forma de editar com os antigos métodos baseados no uso
de ilhas de edição equipadas com aparelhos de videoteipe. Mostra que
a inovação tecnológica, baseada no uso de softwares para edição de vídeo,
está acessível também a pequenos produtores, o que não acontecia antes,
pelo alto custo dos equipamentos. A edição não-linear é feita nos computadores
da redação, não mais nas ilhas, alterando a rotina de edição de imagens
e exigindo maior qualificação dos jornalistas. O surgimento de arquivos
digitais significa a facilidade de acesso à informação e a integração
com outras mídias, como a Internet.
volta
O DISCURSO JORNALÍSTICO NUMA
PERSPECTIVA HISTÓRICA
GIOVANDRO MARCUS FERREIRA
UFES
RESUMO - Este trabalho busca resgatar algumas abordagens
que tiveram e têm como objeto o discurso jornalístico. Ele resgata a
passagem das análises do conteúdo (enunciado) à forma (enunciação) e
destaca sobretudo três perspectivas contemporâneas. A noção de contrato
de leitura edificada pelo teórico Eliseo Veron, que evidencia as condições
que une a mídia e seus consumidores. O objetivo deste contrato nada
mais é do que preservar o hábito de consumo, ou seja, de consumo de
um suporte de imprensa. Teun van Dijk explora, por seu lado, o estudo
da notícia a partir de dois componentes : o conponente textual, que
analisa ssistematicamente as diferentes estruturas do discurso jornalístico
em diversos níveis e o componente contextual que estuda os fatores sociais
e cognitivos, as condições, as limitações ou consequências das estruturas
textuais e seu contexto econômico, cultural e histórico. O contrato
de comunicação é construído por Patrick Charaudeau, que é um modelo,
também surgido da teoria da enunciação, que busca articular o estudo
do discurso jornalístico por dois processos : o processo de transição
e o processo de transformação, que constituem o contrato de comunicação.
volta
OBJETIVIDADE:
CATEGORIA JORNALÍSTICA MITIFICADA
ANTONIO HOHLFELDT
FAMECOS/PUCRS
RESUMO - O trabalho realiza um percurso que busca levantar
a importância desta categoria nos estudos sobre jornalismo. Primeiramente,
nos chamados manuais de jornalismo; posteriormente, através de depoimentos
de profissionais reconhecidos publicamente; por fim, em relação aos
chamados "manuais de redação". Verifica-se que a categoria objetividade
é sempre a mais referida mas, ao mesmo tempo, ela vem sendo gradualmente
substituída por outras, algumas das quais ainda a ela interligadas,
para chegar-se ao posicionamento de alguns manuais de redação que chegam
a afirmar a inexistência da objetividade, preferindo categorias como
clareza ou exatidão. Apontamos então, como conclusão provisória que
a objetividade, ainda que negada, continua mitificada no horizonte dos
estudos jornalísticos. À medida em que é inalcançável, está mitificada,
mas não pode deixar de permanecer naquele horizonte, a guiar, orientar
e provocar as preocupações éticas dos profissionais do jornalismo.
volta
TRANSGÊNICOS E MÍDIA: QUALIDADE
DA INFORMAÇÃO NOS GRANDES JORNAIS BRASILEIROS
FLAVIA NATÉRCIA DA SILVA MEDEIROS; GRAÇA CALDAS
UMESP
RESUMO - A pesquisa da qualidade da informação veiculada
pela imprensa sobre os organismos geneticamente modificados (OGMs) tem
como objetivo avaliar o papel da mídia impressa na formação crítica
da opinião pública em relação à aplicação da engenharia genética e ao
consumo de produtos obtidos por meio dessa técnica no Brasil. Este estudo
parte do pressuposto de que a ciência desempenha um papel fundamental
no desenvolvimento da economia e do bem-estar social, sem que os cientistas
formem uma casta de investigadores da verdade, isolada da sociedade.
Os produtos da atividade científica são em geral ambivalentes, tornando-se
malévolos ou benéficos de acordo com seu uso pela sociedade. Considerando
que apenas cidadãos bem informados são capazes de tomar decisões conscientes
no que concerne à utilização de novas tecnologias, visa avaliar se os
jornalistas da grande imprensa têm proporcionado aos cidadãos brasileiros
meios de compreensão dos argumentos favoráveis e contrários que os organismos
transgênicos suscitam no atual estágio de pesquisa e desenvolvimento
em que se encontram.
volta
O
JORNALISTA COMO PERSONAGEM DE CINEMA
ISABEL TRAVANCAS
IFCS/UFRJ
RESUMO - O objetivo deste artigo é discutir em que medida
o cinema constrói estereótipos do jornalista, ora apresentando-o nas
telas como bandido, ora como herói. Para isso, discute-se o lugar do
jornalista na sociedade contemporânea como profissional paradigmático
da modernidade e de um estilo de vida característico das grandes cidades
com concentração e diversificação de indivíduos, estímulos, atividades
e modos de vida. O jornalista é um profissional privilegiado pelas produções
cinematográficas, sendo protagonista de inúmeros filmes, principalmente
norte-americanos. Neste trabalho são analisados três tipos diferentes
de abordagens do jornalista. Os filmes selecionados são: No silêncio
da cidade, de Fritz Lang, 1956; A montanha dos Sete Abutres, de Billy
Wilder, 1951 e Todos os homens do Presidente, de Alan Pakula, 1976.
volta
A
CRÍTICA À IMPRENSA E SEUS PROBLEMAS NORMATIVOS
LUIS CARLOS LOPES
UFF
RESUMO - Esta comunicação discute as posturas normativas
existentes ou adotadas pela produção intelectual na forma de livros,
artigos e sites específicos que avaliam e criticam a imprensa. Busca-se
a compreensão, no sentido hermenêutico do termo, das suas regras de
justificação implícitas e explícitas, sobretudo no que se refere às
'verdades' e 'mentiras' divulgadas e 'retrabalhadas' pelos receptores
das mensagens jornalísticas. Discutem-se, baseado em Habermas, Bourdieu
e outros, as intrincadas relações estabelecidas entre os jornalistas,
donos dos meios de comunicação, poder político e vida social, sob o
ponto de vista das crenças e do discurso moral. Pretende-se analisar
os modelos de compreensão disponíveis e avançar em outros que sejam
mais eficientes para o entendimento dos significados (sentidos) possíveis
da imprensa brasileira e dos seus críticos internos e externos.
volta
MORATÓRIA
DE MINAS GERAIS: REFRAÇÃO DISCURSIVA DA MÍDIA MINEIRA
EM RELAÇÃO A NACIONAL
MURILO MARQUES GONTIJO
Centro Universitário de Belo Horizonte
RESUMO - O objeto desse artigo é a cobertura dada à moratória
de Minas Gerais por três jornais brasileiros. A partir da hipótese de
que a mídia mineira, aqui representada pelo jornal Estado de Minas,
praticou discurso destoante daquele praticado pela nacional, representada
por O Globo e pela Folha de São Paulo, procuro responder sobre que elementos
forma-se a discordância discursiva e o que ela revela. Busco esclarecer
quais são as construções discursivas apresentadas pelos jornais e a
que esses discursos se vinculam, para demonstrar peculiaridades dos
diários na maneira de se posicionar frente à moratória. A partir do
entendimento de que a mídia é, a um só tempo, atriz social e espaço
público da contemporaneidade, defendo que essas particularidades, ligam-se,
dentre outros, diretamente ao enraizamento sociocultural e geográfico
dos jornais.
volta
OS
"FAZERES" JORNALÍSTICOS NO CASO DA VIOLAÇÃO
DO PAINEL DO SENADO
LIA SEIXAS
FACOM/UFBA e FIB
RESUMO - Este trabalho se propõe a estudar os fazeres
jornalísticos. O objetivo é mostrar como a atividade jornalística não
é nem 'representação' da realidade - como um simples relato -, nem necessariamente
uma 'construção' - que transforma a realidade sem respeitá-la em sua
natureza. No texto jornalístico, existem não só asserções, mas ações
de conjetura - sobre o que é previsto, provável, possível -, de abstenção,
dúvida, suposições, opiniões e diretivos. É o que denominamos atos verbais
jornalísticos.
volta
COBERTURA
DO AFUNDAMENTO DA P-36: UMA NOVELA EXIBIDA VIA JORNAL NACIONAL
ILUSKA COUTINHO
UMESP e FAESA
RESUMO - Esse trabalho trata da existência de uma aproximação
entre a forma de contar uma história no jornalismo de televisão e a
ficção televisiva seriada. A utilização de recursos para atrair a atenção
e despertar a emoção do telespectador seriam um instrumento na construção
de matérias em nossos telejornais, apresentados como uma espécie de
drama informativo. Esse trabalho tem como objeto a cobertura do afundamento
da plataforma petrolífera P-36 durante cinco edições do Jornal Nacional.
O material audiovisual foi submetido a análises de conteúdo e textual
para que, com o suporte teórico de Wolton e autores ligados ao telejornalismo
e também à análise da narrativa, pudesse ser interpretado com uma novela
jornalística.
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COM
A PALAVRA, O JORNALISTA: O CASO DA MANCHA MISTERIOSA DA PRAIA DO ARPOADOR
PATRÍCIA DE MATOS SÁ REGO
UFF
RESUMO - No dia 22 de novembro de 2000, uma mancha escura
surgiu na Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, e transformou-se em
tema de discussão no RJTV, telejornal local da Rede Globo no Estado.
Como os jornalistas acreditavam ser uma mancha poluente, a matéria foi
inicialmente tratada como denúncia. Com a constatação dos técnicos de
que ela era apenas um cardume, uma nova matéria foi editada como se
houvesse ocorrido uma polêmica: óleo ou peixes? Apesar de não ter sido
eleito, o jornalista aparece como representante da comunidade e conduz
as discussões entre ambientalistas e representantes do Governo. O caso
apresentado no artigo ilustra como o jornalista do RJTV reivindica uma
autoridade política na sociedade, reafirmando para si um lugar de fala
autorizada, de onde dialoga com outras autoridades, ao mesmo tempo em
que conduz as posições e a forma como deve se dar o diálogo.
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MEMÓRIA
E IDENTIDADE SOCIAL
ANA LUCIA SILVA ENNE
UFRJ/UNIVERSO
RESUMO - Em sua tese de doutorado, em fase de conclusão,
a autora trata a relação entre memória, mídia e identidade social para
pensar a região da Baixada Fluminense (Grande Rio). No presente artigo,
encontra-se uma reflexão sobre a memória como estratégia para construir
ou romper com modelos identificatórios, especialmente aqueles fornecidos
pela imprensa. A idéia é mapear a bibliografia referente ao tema, procurando
criar interações entre os diversos autores. Os caminhos aqui apontados
possibilitam uma reflexão sobre a relação memória/tempo/espaço e servem
como arcabouço teórico para o trabalho de campo desenvolvido paralelamente.
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A
CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DA COPA DE 50
SÉRGIO MONTERO SOUTO
UFF
RESUMO - O objetivo deste trabalho é transformá-lo em
parte de um capítulo da minha dissertação Futebol: idolatria ou tragédia?
- Um estudo de caso sobre o drama de Barbosa, o goleiro da Copa de 50.
A dissertação se propõe a analisar a fama no mundo moderno, permeado
pela comunicação de massa, a partir de um ponto de vista aparentemente
antagônico a ela: o destino trágico de muitos dos nossos grandes ídolos
do futebol. E investigar se a tragédia é um corolário intrínseco da
fama no mundo do futebol. Neste texto, no entanto, pretendo me ater
ao papel da memória na construção da imagem dos ídolos e dos feitos
que os envolvem a partir do estudo de caso de Barbosa.
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A CRÍTICA JORNALÍSTICA
E O CINEMA COMO TEMA: PROPOSTAS E DEFINIÇÕES
LEANDRO JOSÉ LUZ RIODADES DE MENDONÇA
ECA - USP
RESUMO - O texto procura estabelecer definições essenciais
sobre o gênero narrativo crítica, enfocando especificamente os textos
que têm como objeto o cinema. Ao mesmo tempo procura perceber como a
crítica cinematográfica, reproduzida pela imprensa, como criadora das
gradações que tornam possível falar de um "bom cinema" ou de um cinema
de arte. Neste sentido, a crítica jornalística não só é parte do cinema
lato senso como é um de seus mais importantes aspectos, uma instância
instituidora.
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ERA TUDO MENTIRA
MARCONI OLIVEIRA DA SILVA
UFPE
RESUMO - Em princípio notícia falsa não é notícia. O problema
se coloca quando se questiona em que consiste a falsidade. De imediato,
pode-se afirmar que é a falta de referencialidade ao mundo objetivo.
A hipótese deste trabalho diz que o fato jornalístico, a notícia, perde
sua veracidade quando um dos sujeitos da ação relatada é falso ou fictício.
Para exemplificar e comprovar a hipótese é feita uma análise de uma
notícia publicada nos jornais de 06 e 07 de setembro de 1999 e que tratam
de atos terroristas dos skinheads contra a Anistia Internacional, em
São Paulo.
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REFLEXÕES
SOBRE O ENSINO DE JORNALISMO NA ERA DIGITAL
NANCY NUYEN ALI RAMADAN
ECA/USP e Cásper Líbero
RESUMO - Este paper tem como objetivo discutir o instrumental
pedagógico necessário ao ensino de Jornalismo diante do cenário tecnológico
global, de modo a permitir a articulação entre bases teóricas e práticas
na docência. Trata-se de uma reflexão sobre o ensino de jornalismo com
base em pesquisa de doutorado, que contemplou o surgimento destes cursos
e seu referencial teórico e elementos da História e da Filosofia da
Educação, com destaque para as linhas de pensamento de Carl Rogers e
Paulo Freire. A construção de uma estrutura que possa definir um projeto
pedagógico para estes cursos e a análise da discussão entre docentes
"práticos" e "teóricos" foram itens enfatizados, já que marcam toda
a história dos cursos no setor. Também tentamos dimensionar o cenário
tecnológico global que vem se apresentando mais intensamente em nosso
país a partir de meados de década de 80, modificando as formas de captar,
processar e difundir informação, afetando especialmente o processo de
aprendizagem.
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O
ENSINO DE TELEJORNALISMO NO BRASIL: UM DESAFIO ACADÊMICO ENTRE
A CULTURRA TEÓRICA E O MUNDO DA PRÁTICA PROFISSIONAL
ANTONIO C. BRASIL
IBICT/UFRJ e UNICARIOCA
RESUMO - O texto é parte de uma pesquisa sobre o ensino
de jornalismo (enfocando em particular o telejornalismo) no Brasil e
as dificuldades inerentes à pedagogia e à técnica de ensino de uma disciplina
tradicionalmente considerada de conteúdo prático. Trata-se de uma reflexão
sobre as limitações das metodologias laboratoriais existentes e a necessidade
de uma reflexão maior sobre a realidade do ambiente profissional das
emissoras de televisão no país e o ensino oferecido nos cursos de jornalismo
no Brasil. O texto também procura situar a questão da integração do
ensino com as novas tecnologias, com o relato de experiências didáticas
como a produção de telejornais universitários e programas jornalísticos
com a efetiva participação de alunos e professores para as tvs universitárias
como parte de uma nova metodologia de ensino da disciplina.
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A
NECESSIDADE DE REDIMENSIONAR PARADIGMAS NO ENSINO DA RELAÇÃO
JORNALÍSTICA
CASSIA LOBÃO ASSIS
Universidade Estadual da Paraíba
RESUMO - O artigo argumenta em favor de um ensino de redação
jornalística que privilegie a interdisciplinaridade. Apropriando-se
de conceitos da lingüística e da Análise do Discurso, por exemplo, é
possível compreender a notícia numa perspectiva intra e extraverbal,
para além de noções tradicionais como lead, sub-lead e pirâmide invertida.
É, mais que isso, uma alternativa de perceber no constructo noticioso
um fazer em que subjaz uma argumentatividade latente, um modo de demonstrar
como se operacionaliza, na estrutura da matéria, a parcialidade discursiva
imanente a todo fazer jornalístico.
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DISPOSITIVOS
DE AVALIAÇÃO NA CONDUTA ÉTICA NO JORNALISMO
ROGÉRIO CHRISTOFOLETTI
UNIVALI e ECA-USP
RESUMO - A busca da conformidade nos procedimentos jornalísticos
passa por uma profunda discussão ética das condutas dos meios e dos
profissionais. Entretanto, na maioria das vezes, as ações se restringem
ao plano dos debates, sem efetiva mudança de comportamento. Mais do
que apontar deslizes éticos, é preciso dispor de mecanismos para avaliação
da mídia, sedimentando novas práticas sociais de acompanhamento dos
veículos de comunicação. Muitos desses dispositivos, que denomino Monitores
de Mídia, já existem; alguns precisam ser aperfeiçoados, e outros, criados.
Este artigo traz alguns dos resultados de uma pesquisa sobre como o
mercado catarinense de jornalismo se relaciona com estes monitores.
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JORNALISMO
E IDENTIDADE: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA
JOAO CARLOS SIMONETTI JR
UFBA
RESUMO - O texto busca refletir acerca de como o discurso
jornalístico, especialmente aquele presente nos textos noticiosos do
jornalismo diário, relaciona-se com as questões das identidades culturais,
compreendidas como relações de poder. Nesta tarefa nos valeremos de
reflexões teóricas empreendidas no campo da Análise do Discurso na busca
da compreensão da natureza do discurso jornalístico e de suas estratégias
discursivas, e de como esse discurso configura identidades culturais
que buscam determinar o que podemos ser e que posições devemos assumir,
num dado contexto social.
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O
PODER DO FAIT DIVERS NO JORNALISMO: HUMOR, ESPETÁCULO E EMOÇÃO
FÁBIA ANGÉLICA DEJAVITE
ECA-USP e Anhembi Morumbi
RESUMO - O termo francês fait divers (introduzido por
Roland Barthes no livro Essais Critiques, em 1964), que significa fatos
diversos que cobrem escândalos, curiosidades e bizarrices, caracteriza-se
como sinônimo da imprensa popular e sensacionalista. Sempre esteve presente
desde o início da imprensa, sendo um dos primeiros recursos editoriais
para chamar a atenção e promover a diversão da audiência. Atualmente
o fait divers tem ocupado cada vez mais espaços em veículos tradicionais,
principalmente na televisão. Assim, este trabalho discute seu poder
editorial, seu apelo para o entretenimento e verifica sua utilização
nos principais telejornais brasileiros. Constata-se que o fait divers
traz consigo o humor, o espetáculo e a emoção, conteúdos esses essenciais
do jornalismo atual.
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FOLHETIM:
O SENSACIONAL A CONTA-GOTAS, O BASTARDO FATIADO, O SONHO SERIADO
JOÃO BARRETO DA FONSECA
UFES
RESUMO - Este estudo tem a intenção de investigar o romance
em folhetim que, à margem dos padrões estéticos, lingüísticos, sociais
e eróticos, com seu derramamento verborrágico, foi integrante fundamental
de um mercado de cultura CARR e também item de consumo no momento em
que os jornais começam a se tornar empresas. Aqui a atenção se concentra
no exemplo de Meu destino é pecar, de Suzana Flag (vampira-clone de
Nelson Rodrigues), cuja publicação, em 1944, coincide com a formação
no Brasil do que os sociólogos denominaram de sociedade urbano-industrial.
A imprensa, na tentativa de popularizar-se, já havia consagrado, desde
o início do século, formas como os jornais diários, as revistas ilustradas,
as histórias em quadrinhos. Na tentativa de imprimir um ritmo industrial,
o texto se consagra como mercadoria e, assim, os macetes, os clichês
e as viravoltas surgem como ferramentas de trabalho em auxílio do escritor
que, na engrenagem, tem o papel de oferecer sonhos fatiados em cada
edição.
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IMPRENSA
E JUVENTUDE NOS ANOS 50
SIMONE LUCI PEREIRA
PUC/SP
RESUMO - Analisando a imprensa dos anos 50, é possível
perceber as noções de juventude em jogo naquele momento, com um confronto
entre dois padrões normativos que parecem ter sido predominantes para
aquela juventude: jovens "equilibrados" e "transviados". Perfaz-se na
imprensa, um discurso que tenta balancear elementos distintos, aspectos
antigos e mais modernos, elementos permanentes e modificados na década
de 50. Num momento em que a categoria juventude se firma na sociedade
do pós-guerra, interpretar as representações dos jovens do período feitas
pela imprensa (em cruzamento com outras fontes) parece ser um caminho
profícuo para a compreensão do cotidiano juvenil daquele momento. Busca-se
interpretar improvisações do cotidiano que reelaboram o que é imposto,
compreendendo de que maneira os jovens do período não estavam necessariamente
encarcerados nestas noções polarizadas.
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IDENTIDADES
REGIONAIS E MÍDIA: A HISTÓRIA DA REDE GAZETA NO MERCADO
CAPIXABA
VANESSA MAIA BARBOSA DE PAIVA RANGEL
UFF
RESUMO - O ponto de partida deste trabalho, que pretende
resgatar a história do maior grupo de mídia local do Espírito Santo,
é a Rede Gazeta de Comunicações. Mostrando como este grupo tem sido
influenciado por grandes transformações ocorridas no cenário global,
este estudo sobre uma mídia regional não perde de vista as mutações
gerenciais que estão norteando o cenário da mídia no mundo. Estas mutações
serão analisadas a partir do contexto local pois, interessa-nos particularmente
saber como uma rede de mídia regional vem sendo atravessada por esses
fenômenos inegáveis do mundo digital e, ainda, como esta rede tem feito
para se adequar ao papel das empresas de mídia neste contexto onde a
infinita oferta de produtos acontece cada vez mais sob o signo da concentração
de empresas.
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VOZES
E SENTIDOS NO JORNALISMO RURAL: O FUNCIONAMENTO DISCURSIVO DO TELEJORNAL
"NOTÍCIAS", DO CANAL RURAL
ANGELA CRISTINA TREVISAN FELIPPI
UNISC/EMATER-RS
RESUMO - O texto traz um estudo da produção de sentidos
no jornalismo rural, através do telejornal "Notícias", do Canal Rural,
veículo do grupo Rede Brasil Sul de Telecomunicações (RBS). Procura
analisar os processos de construção discursiva e de produção de sentidos
e o funcionamento discursivo do "Notícias", mapear as vozes presentes
e identificar o sentidos que esse discurso pretende institucionalizar
e aqueles que pretende apagar. Tem como referencial teórico-metodológico
a Análise de Discurso, a partir de Pêcheux, utilizando ainda autores
como Foucault, Ducrot, Authier-Revuz, Maingueneau, Bakhtin, Alsina,
além outros teóricos da Análise do Discurso, do jornalismo, da televisão
e da Sociologia Rural. Parte do entendimento da mídia como local de
produção de sentidos.
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CRÔNICAS
MORAIS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE O LINHA DIRETA E PLANFETOS
DA EUROPA DO SÉCULO XIX
KLEBER MENDONÇA
UFF
RESUMO - Em dois anos de veiculação, o programa Linha
Direta, da TV Globo, chegou a atingir o terceiro lugar em audiência
na televisão brasileira. Graças à eficiência discursiva de uma complexa
trama narrativa, o programa propõe uma nova maneira de veicular a informação
jornalística. A partir de uma estetização da violência, o discurso do
Linha Direta se constitui na mescla dos fatos com as imagens da simulação,
construída a partir de elementos próprios de uma narrativa melodramática
de gosto popular. O caráter pioneiro do programa, no entanto, não se
resume à linguagem utilizada. Reside, de fato, em uma estratégia de
autoridade da própria TV Globo, no âmbito social, fundamentada em um
processo de interpretação dos acontecimentos e de produção de 'verdades'.
Neste cenário, uma análise da função discursiva deste tipo de narrativa
pode ser enriquecido se comparado a outra época, em que narrativas semelhantes
também se apropriavam de formas 'macabras' de contar histórias para
efetivar práticas moralizantes.
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POUCAS
PALAVRAS - UM ESTUDO ORAL NO TELEJORNALISMO BRASILEIRO
IVETE CARDOSO DO CARMO ROLDÃO
PUC-CAMPINAS e ECA/USP
RESUMO - Trabalho realizado a partir das premissas básicas
de pesquisa, em desenvolvimento, que pretende identificar o padrão de
redação da linguagem oral utilizada no telejornalismo e as possibilidades
de variações existentes, como é organizado e quais são seus pressupostos
básicos. Tem como objeto o Jornal Nacional e o compara com o Jornal
da Record e o Jornal da Cultura. Constatações iniciais apontam que nos
telejornais em questão pode se observar uma formatação semelhante, mas
com estilos distintos; existem diferenças no texto dos editores e dos
repórteres; na prática as regras de redação dos manuais não são integralmente
seguidas e muitas das palavras empregadas (adjetivos, metáforas e expressões
de subjetividade) vêm carregadas de significados, reduzindo assim a
objetividade apregoada pelos manuais.
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