3 a 7 de setembro - Campo Grande - MS

 






 

 

Eventos Componentes


Trabalhos Apresentados nos Núcleos de Pesquisa

 

NP 07 - Comunicação Audiovisual

Coordenador:
Prof. Dr. Arlindo R. Machado Neto - arlimach@uol.com.br

 

APARELHOS ÓPTICOS DO SÉCULO XIX E OBSERVADOR MODERNO - INTRODUÇÃO AO TEMA
Cristina Miranda

RESUMO - O estudo discute os aparelhos ópticos do século XIX e propõe que os mesmos devem ser examinados em suas particularidades. A abordagem aqui sustentada - a partir do estudo de Jonathan Crary e da nova historiografia do cinema, especialmente em Tom Gunning e Charles Musser - recusa a redução desses aparelhos a elo transitório da pré-história do cinema. Critica a visão determinista da historiografia clássica do cinema, que define esses aparelhos apenas como parte de um processo de evolução tecnológica da produção das imagens em movimento. Indaga a respeito do lugar dos mesmos na história da visualidade - brinquedos ou dispositivos. Aponta para a necessidade de se discutir o papel desses aparelhos na formação do espectador moderno, examinando o jogo entre real e ilusório, visibilidade e fantasmagoria.

Palavras-chave: aparelhos, observador, modernidade.

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O PASSE DE MÁGICA DO TURISMO FANTÁSMICO: O SISTEMA DE VIAGEM ESTEREOSCÓPICA DE UNDERWOOD & UNDERWOOD
Gavin Adams

RESUMO - A literatura publicada pela companhia de cartões estereoscópicos Underwood & Underwood, compreendendo 15 títulos, é apresentada e analisada. Companhia de grande porte da virada do século dezenove, Underwood & Underwood produziu uma quantidade colossal de cartões estereoscópicos. Seu diferencial em relação à produção de fotografia estereoscópica anterior e de seus concorrentes contemporâneos foi o seu chamado "sistema de viagem estereoscópica". Tratava-se de imagens estereoscópicas acompanhadas de mapas e texto, arranjadas de maneira a assemelhar-se a uma viagem. Estudo as afirmações enérgicas desta companhia em sustentar que o que se oferecia era uma viagem tão real quanto uma viagem feita em pessoa. Utilizo o conceito do souvenir para tentar explicar algumas contradições do discurso em que se apóia o sistema e apontar o que eu chamo de seu caráter fantásmico.

Palavras-Chave: Estereoscopia, Turismo, Aparelhos Ópticos.

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MAREY E A VISIBILIDADE DO INVISÍVEL
Hélio Augusto Godoy de Souza

RESUMO - Etiènne-Jules Marey é conhecido como inventor da Cronofotografia, um método fotográfico intimamente relacionado à origem do cinema. O que não se conhece, é que Marey era um fisiologista preocupado em desvendar os segredos do movimento animal e humano, através de um elaborado Método Gráfico, do qual a Cronofotografia era sua máxima expressão. Este cientista conseguiu revolucionar a representação artística do movimento com fortes repercussões na arte moderna, contribuiu com seus estudos para o surgimento da aviação e lançou sólidas bases tecnológicas para a construção do cinematógrafo. Do ponto de vista epistemológico, infere-se, através da Cronofotografia, como é possível o uso documentário dos sistemas de produção de imagens técnicas como fontes de produção de conhecimento a respeito da realidade.

Palavras-chave: Cronofotografia ; Documentário ; Marey

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NAS FRONTEIRAS DO SER: O CINEMA LIMÍTROFE DE DAVID LYNCH
Rogério Ferraraz

RESUMO - Esta comunicação visa analisar os artifícios utilizados pelo cineasta David Lynch para criar filmes que causam um processo de estranhamento no espectador. Suas obras, que geralmente criticam/ironizam os paradigmas da sociedade norte-americana, provocam essa inquietante estranheza ao unir procedimentos ilusionistas e anti-ilusionistas no desenvolvimento da narrativa, na direção de atores, na utilização do som e da música, no uso das cores, na relação entre tempo e espaço, entre outros aspectos. Ele desenvolve, assim, o que chamamos de um cinema limítrofe - ou fronteiriço -, baseado nos contrastes e nas analogias entre ilusão e realidade, sanidade e loucura, mundo interior e mundo exterior, universo adulto e universo infantil.

Palavras-chave: David Lynch, ilusionismo/anti-ilusionismo, cinema limítrofe.

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VIDEOHAIKU
Almir Antônio Rosa

RESUMO - Nessa apresentação pretendo falar do intercâmbio de linguagens e suportes e da relação entre signos na criação artística, e da conseqüente estética daí surgida. Esses estudos são frutos de minha dissertação, apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, da PUC/SP, em 2000, com o apoio da Capes, e com a qual obtive o grau de Mestre. A parte prática de meu estudo é composta de uma série de videoarte intitulada VIDEOHAIKU, da qual pretendo exibir algumas partes conjuntamente com a minha fala. Essa obra, realizada por mim, faz a junção da poesia japonesa haiku com a tecnologia do vídeo. A conclusão desses estudos é de que a estética do haiku "contaminou" o videohaiku. Como ilustração de como isso se deu, apresentarei um estudo desse gênero poético desde suas origens e escolas, seu desenvolvimento no Japão e sua adaptação no Brasil; a diferenciação entre haikai e haiku, suas leis, tais como a métrica, o kigo, o kireji etc, bem como sua relação com outras mídias e com a tradução intersemiótica; e, por fim, de como essa estética surge na criação do videohaiku.

Palavras-chave: videoarte, haiku, tradução intersemiótica.

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O DOCUMENTÁRIO JORNALÍSTICO, GÊNERO ESSENCIALMENTE AUTORAL
Cristina Teixeira V. de Melo; Isaltina Mello Gomes; Wilma Morais

RESUMO - Neste artigo, apontamos cinco características definidoras do documentário como gênero jornalístico: seu caráter autoral, o uso de documentos como registro, a não obrigatoriedade da presença de um narrador, a ampla utilização de montagens ficcionais e uma veiculação praticamente limitada aos canais de TV educativos ou por assinatura. Enquanto a reportagem busca ser objetiva, o documentário carrega em si o ponto de vista do diretor. Se por um lado a presença de documentos é imprescindível para caracterizar um documentário, por outro, o gênero em questão tem uma possibilidade maior de utilizar recursos ficcionais sem correr o risco de prejudicar sua credibilidade. Fora isso, no documentário, não existe a obrigatoriedade da presença de um narrador, coisa que não acontece com a reportagem.

Palavras-chave: gênero jornalístico, documentário, caráter autoral.

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DO MITO, MEDIA & MOVIMENTO
Simone Michelin

RESUMO - Este ensaio analisa o desenvolvimento de uma narrativa em hipermídia, colocada em rede, chamada MMM, que começou em 1998 com o objetivo de documentar, como um catálogo eletrônico, um 'work-in-progress' desenvolvido por mim num período de 9 anos. A hipermidia resultou como a forma mais adequada de apresentar a série, devido, fundamentalmente, à própria natureza de minha investigação no campo das artes. Porém, ao tentar transpôr para o terreno da hipermidia tal conteúdo, foi necessária uma adaptação que teve como resultado a criação uma nova instância de significação, que acredito ser um tipo interessante de linguagem icônica e híbrida.

Palavras-chave: vídeo, hipermídia, catálogo eletrônico, hibridismo.

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O SUJEITO NO CIBERESPAÇO
Arlindo Machado

RESUMO - Nos anos 80, a questão da enunciação constituiu um dos temas que mais mobilizou a teoria cinematográfica, tendo atraído a atenção de autores do porte de um Jean-Pierre Oudart, Nick Browne, Edward Branigan, André Gaudreault, Daniel Dayan, William Rothman, Christian Metz e tantos outros. O declínio dessa vertente teórica, no começo dos anos 90, foi explicado, de um lado, por autores como François Jost e Michel Chion, como o resultado de uma incapacidade dos primeiros teorizadores em encarar o cinema como um meio híbrido e, de outro, pelo fato do próprio cinema começar a transformar-se a partir da hegemonia da televisão e do surgimento dos novos meios (posição defendida por Miriam Hansen, entre outros). Nosso objetivo será verificar o que deve mudar na teoria da enunciação a partir da consideração das novas formas de produzir e consumir mensagens audiovisuais introduzidas pelos meios eletrônicos e digitais. Será interessante, nesse sentido, retomar as técnicas de imersão, experimentadas em espetáculos pré-cinematográficos, como os panoramas do século XIX, e verificar como elas são retomadas nos atuais vídeo-games e nos dispositivos de realidade virtual. Procuraremos detectar também, no pensamento atual sobre os novos meios, como estão sendo instaurados hoje novos regimes de subjetividade. Para isso, faremos a revisão das teorias de Brenda Laurel e Allucquère Rosanne Stone sobre as narrativas interativas e o fenômeno que os povos de língua inglesa chamam de agenciamento (agency), ou seja, o efeito de assujeitamento do espectador necessário à ilusão de imersão; das idéias de Sherry Turkle sobre as personalidades virtuais (avatares) que habitam o chamado ciberespaço e o desenvolvimento de identidades múltiplas nas situações de interação mediadas por computadores; e da reflexão de Janet Murray sobre os mecanismos de imersão e os modos como o leitor/espectador interage com as situações potenciais acumuladas nas memórias de computador.

Palavras-chave: enunciação, avatar, narrativa automática, sujeito, imersão.

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A LEITURA DA IMAGEM INTERATIVA
Mônica Tavares

RESUMO - Este artigo inicia estabelecendo a definição de imagem interativa; prossegue examinando o fundamento dialógico que sustenta a noção de este tipo de imagem funcionar como um intertexto. Em seguida, a partir do pressuposto de a imagem interativa comportar-se na dialética entre virtualização e atualização, elenca diferentes modos de inserção do receptor na obra, decorrentes das estratégias de leitura a ela inerentes que, por sua vez, são relativas à forma tal qual a imagem se apresenta; por fim, investiga o modo como se desenvolve o ato de leitura da imagem interativa, indicando que o processo de decodificação da mesma é também determinado pelo grau de consciência de linguagem, próprio a cada receptor, o que lhe permite desempenhar (ou não) o papel de recriador da obra.

Palavras-chave: estética da recepção; interatividade; intertextualidade

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A COMUNIDADE NA TV: UMA ANÁLISE SOBRE A REGIONALIZAÇÃO DA NOTÍCIA E O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
Juliane Guzzoni

RESUMO - Algumas mudanças implantadas nos telejornais da Rede Globo, em todo o país, vão em busca, do resgate de uma identidade de grupo. Em março de 1998, a Rede Globo estreou em São Paulo o "novo SPTV-1ª Edição". Foi uma espécie de laboratório, com mais informalidade e abertura de espaço para debates ao vivo, com a participação popular. Depois, o modelo denominado de "Jornal Comunitário" passou a ser adotado por emissoras afiliadas da Rede Globo, em todo o país. A proposta deste estudo é analisar como as emissoras abrem espaço para que a comunidade manifeste seus problemas, como eles são abordados e todo o processo de edição, a abordagem e o debate dos assuntos que envolvem a comunidade, no telejornal.

Palavras-chave: Comunitário, Telejornalismo, Televisão.

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REVISTA FEMININA NA TELEVISÃO: O PROGRAMA NOTE E ANOTE E A FORMAÇÃO DA MULHER PARA O MERCADO DE TRABALHO INFORMAL
Ana Carolina Rocha Pessôa Temer

RESUMO - Esse artigo pretende fazer uma abordagem da revista feminina na televisão a partir da análise de conteúdo e de um estudo de recepção sobre o programa NOTE E ANOTE apresentado de segunda a sexta feira na Rede Record de Televisão, sob o comando da apresentadora Claudete Troiano. A pesquisa analisa principalmente as matérias de serviço, a partir da perspectiva de que essas matérias tem um enfoque basicamente didático e buscam formar e/ou atualizar a mulher que atua ou pretende atuar no mercado de trabalho informal, explorando a idéia de "ganhar dinheiro sem sair de casa". Para a realização desse estudo foram gravados em fitas vhs comuns cinco exemplares consecutivos do programa NOTE E ANOTE, entre os dias 19 e 23 de março, e realizadas entrevistas em profundidade com dez mulheres entre 25 e 40 anos, que exercem atividade economicamente rentável no mercado de trabalho informal.

Palavras chaves: Televisão - Revista Feminina - Note e Anote

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DO GLOBAL AO LOCAL: TELESPECTADORES MOGIANOS ASSISTEM AO JORNAL DA TV DIÁRIO POR SE IDENTIFICAREM COM O QUE VÊEM NA TV
Cristiane de Sousa Jageneski

RESUMO - Este estudo tem como objetivo identificar os motivos pelos quais os telespectadores da cidade de Mogi das Cruzes passaram a dar preferência à programação local depois do advento da TV Diário - Canal 14 (UHF), inaugurada no dia 1º de maio de 2000, como a 112ª afiliada da Rede Globo de Televisão. O foco deste trabalho está centrado na audiência do programa jornalístico SPTV 2ª edição, que vai ao ar das 18h55 às 19h10, de segunda a sábado, pois é um telejornal inteiramente produzido na emissora afiliada. O interesse pela temática apresentada se justifica pelo fato da população mogiana continuar tendo acesso à programação veiculada através do canal 5, o que nos instiga a conhecer quais motivos incentivaram a substituição do jornal produzido na cidade de São Paulo pela produção local. Para tanto, estaremos utilizando os princípios da teoria dos "Usos e Gratificações".

Palavras-chave: Telejornal, audiência, motivação.

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IMAGENS DO MAR: VISÕES DO PARAÍSO NO CINEMA BRASILEIRO ATUAL
Lúcia Nagib

RESUMO - As imagens de mar com sentido revolucionário, nos filmes Deus e o diabo na terra do sol e Terra em transe, de Glauber Rocha, remetem aos mitos do paraíso perdido e reencontrado, relacionados ao Brasil desde o Renascimento europeu e os grandes descobrimentos. Retomando as imagens glauberianas, o cinema brasileiro, a partir de meados dos anos 90, utiliza-se novamente de imagens de mar ou grandes superfícies de água como metáfora do paraíso perdido ou reencontrado, numa flutuação que reflete os diferentes momentos políticos do Brasil. A pátria e o pai perdidos, alegorizados em imagens de mar, são tema, por exemplo, de Terra estrangeira, filme de 1995, que se vincula diretamente à crise política do início dos anos 90. Filmes posteriores, como Corisco e Dadá e Crede-mi, porém, irão abrir-se com imagens grandiosas de mar que aludem ao paraíso reencontrado, como reflexo das mudanças políticas ocorridas no período.

Palavras-chave: Cinema brasileiro; utopia; mar

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ODISSÉIA NO TEMPO
Vera Lúcia Giraldez Canabrava

RESUMO - Através do tema Problematizações sobre o virtual iremos enfocar dois modos de conceber o virtual e suas conseqüências na produção da subjetividade: virtual como infinito e virtual como possível. Esta intervenção opera com algumas das problematizações decorrentes das questões trazidas pelas novas tecnologias de informatização, aquelas que discutem a produção do real. Em especial algumas problematizações que tratam da Inteligência Artificial. Com este objetivo iremos utilizar o filme MATRIX, produção americana dos irmãos Larry e Andy Wachowski, de 1999. O filme constrói uma guerra de vida e morte entre a MATRIX e os humanos. Alguns dos problemas construídos pelos autores já estavam postos em BLADE RUNNER, como a hibridação, e em 2001 UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO. MATRIX traz novas questões.

Palavras-chave: Problematizações sobre o virtual, Virtual como infinito e virtual como possível, Inteligência Artificial, MATRIX

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HISTÓRIA E MEMÓRIA EM ZWEIG: A MORTE EM CENA, DE SYLVIO BACK E NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS, DE MARCELO MASAGÃO
Denise Lopes

RESUMO - Montar um filme é basicamente selecionar. "Recordar é selecionar. Se me lembrasse de tudo o que se passou ontem, eu seria como Funes, de Borges (...) A Internet, ou a World Wide Web já é (ou será em breve) um imenso Funes.", diz Umberto Eco. E continua: "A liberdade de escolha entre uma multiplicidade de informação é positiva para os ricos (digo ricos do ponto de vista intelectual, aqueles que são capazes de discriminação crítica), mas não para os pobres. Parte-se para uma nova divisão de classes, não mais fundada no dinheiro, mas na capacidade de exercer seu espírito crítico e selecionar a informação." Diante do que chama "globalização da memória", Eco preconiza: "O resultado corre o risco de ser uma sociedade composta de identidades individuais justapostas (o que me parece um perigo)".

Palavras-chave: crise da memória; filtragens ideológicas; aprendizagem da seleção

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TV DE QUALIDADE: UMA CONTRADIÇÃO EM TERMOS?
João Freire Filho

RESUMO - Tomando como base crônicas escritas por Nelson Rodrigues nos anos 60 e 70, este trabalho apresenta, de início, um breve quadro histórico das cíclicas polêmicas envolvendo o nível da televisão brasileira. Em seguida, trazendo a questão para o âmbito da contemporaneidade, discute equívocos que rodeiam o conceito TV de qualidade. Defende a importância de que o debate seja centralizado na investigação dos recursos e das potencialidades do próprio veículo, e não na habilidade do mesmo em mimetizar ou reciclar estratégias narrativas e visuais de manifestações artísticas mais prestigiosas.

Palavras-Chave: Televisão; Qualidade; Linguagem

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VIAGENS E ENCONTROS EM BRASIL LEGAL
Daniela Dumaresq

RESUMO - Durante pouco mais de três anos uma equipe de televisão se aventurou pelos cantos do país a fim de buscar um Brasil legal. Onde ‘legal’ está próximo do divertido, criativo ou risível, embora não contradiga suas acepções jurídicas. O resultado destas viagens nos chama atenção pela combinação de dois elementos, ‘povo’ e ‘riso’, alinhavados com delicadeza proveniente, sobretudo, de forte influência da antropologia e da tradição do documentário. Se ‘povo’ e ‘riso’ são uma fórmula de audiência para os chamados programas populares, em Brasil Legal tal fórmula ousou ‘ir verificar’ os modos de vida que coabitam nosso país. O resultado das viagens foram encontros entre modos de vida díspares, tendo como mediação a televisão, sua aparelhagem, linguagens, tensões, brigas por audiência, desejo de construir um produto de qualidade diferenciada.

Palavras-chave: Televisão, Humor, Documentário.

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EXISTE QUALIDADE NA REPETIÇÃO TELEVISUAL?
Soraya Maria Ferreira Vieira

RESUMO - Nosso objetivo é discutir e mostrar que a repetição é uma característica constante do veiculo televisão.Está presente tanto nos programas como no fluxo da programação. Neste primeiro momento averiguamos algumas funções, propósitos e levantamos alguns traços da estética da repetição na televisão cotidiana, corriqueira, dada no fluxo de diferentes redes, ou seja, no fluxo televisual. Assim, a preocupação central é a de se pensar como a repetição se apresenta nos programas televisuais, em especial na publicidade e no telejornalismo. Deste modo, averiguamos a maneira como a repetição se manifesta como elemento de linguagem, acrescentando e agregando aos signos valores complementares, alterando o significado dos sistemas ali atuantes. À partir daí começamos de modo preliminar a pensar como a repetição pode contribuir na discussão tão em voga hoje no Brasil: a de qualidade na televisão..

Palavras-chave: Televisão; Repetição; Propaganda Televisual

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CRONICAMENTE INVIÁVEL: A IRONIA EM PERSPECTIVA VERBO-VISUAL
Ana Rosa Gomes Cabello, Mariana Duccini Junqueira da Silva

RESUMO - A ironia é o componente lingüístico-discursivo estruturador do filme Cronicamente inviável, de Sérgio Bianchi. Nesta obra, podem ser analisadas as diferentes formas de articulação entre os elementos verbais (diálogos e narrações em off), estético-visuais (tipos de planos, movimentos de câmera e composições cênicas) e sonoros (trilhas musicais e ruídos), com vistas à efetivação do fenômeno irônico.A combinação desses aspectos, no interior de cada cena, permite que a ironia seja analisada sob um ponto de vista específico, pontual. Há, também, a possibilidade do estudo do fenômeno em termos estruturais - efetivado quando o filme subverte os principais componentes presentes nas narrativas tradicionais: a atuação do herói, o estabelecimento do conflito, a restauração do equilíbrio e as associações decorrentes do gênero.

Palavras-chave: construção da ironia, articulações verbo-visuais, organização fílmica.

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FILME HISTÓRICO E IDENTIDADE NACIONAL: O EXEMPLO DE LAMARCA
Miriam de Souza Rossini

RESUMO - O presente trabalho pretende avaliar como os filmes de reconstituição histórica vêm, desde a década de 90, ajudando a propor discussões em torno da identidade nacional brasileira, tomando como exemplo o filme Lamarca, 1994, de Sérgio Rezende. A hipótese é de que numa época em que o avanço da globalização econômica provoca uma certa diluição de fronteiras culturais, o filme histórico apresenta-se como uma defesa do nacional, ou pelo menos com propostas de reavaliação sobre o tema. Embora, no Brasil, o filme de caráter histórico nem sempre seja bem visto, por ter optado em outras épocas por seguir tendências oficialistas, nos últimos anos ele vem embalado por um outro tipo de opção (ou quiçá intenção). Com isso resgatam-se os projetos daqueles que a historiografia convencionou chamar de "vencidos", mas cujos atos continuam servindo de inspiração para o presente.

Palavras-chaves: Filme histórico, identidade nacional, globalização.

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O ILUMINADO, DE STANLEY KUBRICK
Fernando S. Vugman

RESUMO - Ao comparar O Iluminado, de Stephen King, com sua adaptação fílmica pelo diretor Stanley Kubric, este trabalho pretende demonstrar que, enquanto o escritor inclui conflitos e angústias psicológicas e sociais em seu romance de terror apenas como recurso para aumentar a identificação do leitor com os personagens e provocar o horror, sem jamais permitir que tais dramas se cristalizem numa crítica à estrutura social e à ideologia dominante americana, Kubrick constrói seu filme de modo a empregar o gênero de terror como um agudo instrumento de crítica social. Na discussão que se seguirá, será argumentado ainda, que os critérios empregados pelo diretor em sua adaptação do livro de King obedecem a restrições impostas pela pós-modernidade aos artistas dos tempos atuais.

Palavras-chave: gênero cinematográfico; adaptação cinematográfica; O Iluminado.

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