NP 07 - Comunicação Audiovisual
Coordenador:
Prof. Dr. Arlindo R. Machado Neto - arlimach@uol.com.br
APARELHOS
ÓPTICOS DO SÉCULO XIX E OBSERVADOR MODERNO - INTRODUÇÃO
AO TEMA
Cristina Miranda
RESUMO - O estudo discute os aparelhos
ópticos do século XIX e propõe que os mesmos devem
ser examinados em suas particularidades. A abordagem aqui sustentada
- a partir do estudo de Jonathan Crary e da nova historiografia do cinema,
especialmente em Tom Gunning e Charles Musser - recusa a redução
desses aparelhos a elo transitório da pré-história
do cinema. Critica a visão determinista da historiografia clássica
do cinema, que define esses aparelhos apenas como parte de um processo
de evolução tecnológica da produção
das imagens em movimento. Indaga a respeito do lugar dos mesmos na história
da visualidade - brinquedos ou dispositivos. Aponta para a necessidade
de se discutir o papel desses aparelhos na formação do
espectador moderno, examinando o jogo entre real e ilusório,
visibilidade e fantasmagoria.
Palavras-chave: aparelhos, observador, modernidade.
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O
PASSE DE MÁGICA DO TURISMO FANTÁSMICO: O SISTEMA DE VIAGEM
ESTEREOSCÓPICA DE UNDERWOOD & UNDERWOOD
Gavin Adams
RESUMO - A literatura publicada pela companhia
de cartões estereoscópicos Underwood & Underwood,
compreendendo 15 títulos, é apresentada e analisada. Companhia
de grande porte da virada do século dezenove, Underwood &
Underwood produziu uma quantidade colossal de cartões estereoscópicos.
Seu diferencial em relação à produção
de fotografia estereoscópica anterior e de seus concorrentes
contemporâneos foi o seu chamado "sistema de viagem estereoscópica".
Tratava-se de imagens estereoscópicas acompanhadas de mapas e
texto, arranjadas de maneira a assemelhar-se a uma viagem. Estudo as
afirmações enérgicas desta companhia em sustentar
que o que se oferecia era uma viagem tão real quanto uma viagem
feita em pessoa. Utilizo o conceito do souvenir para tentar explicar
algumas contradições do discurso em que se apóia
o sistema e apontar o que eu chamo de seu caráter fantásmico.
Palavras-Chave: Estereoscopia, Turismo, Aparelhos Ópticos.
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MAREY
E A VISIBILIDADE DO INVISÍVEL
Hélio Augusto Godoy de Souza
RESUMO - Etiènne-Jules Marey é
conhecido como inventor da Cronofotografia, um método fotográfico
intimamente relacionado à origem do cinema. O que não
se conhece, é que Marey era um fisiologista preocupado em desvendar
os segredos do movimento animal e humano, através de um elaborado
Método Gráfico, do qual a Cronofotografia era sua máxima
expressão. Este cientista conseguiu revolucionar a representação
artística do movimento com fortes repercussões na arte
moderna, contribuiu com seus estudos para o surgimento da aviação
e lançou sólidas bases tecnológicas para a construção
do cinematógrafo. Do ponto de vista epistemológico, infere-se,
através da Cronofotografia, como é possível o uso
documentário dos sistemas de produção de imagens
técnicas como fontes de produção de conhecimento
a respeito da realidade.
Palavras-chave: Cronofotografia ; Documentário
; Marey
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NAS
FRONTEIRAS DO SER: O CINEMA LIMÍTROFE DE DAVID LYNCH
Rogério Ferraraz
RESUMO - Esta comunicação
visa analisar os artifícios utilizados pelo cineasta David Lynch
para criar filmes que causam um processo de estranhamento no espectador.
Suas obras, que geralmente criticam/ironizam os paradigmas da sociedade
norte-americana, provocam essa inquietante estranheza ao unir procedimentos
ilusionistas e anti-ilusionistas no desenvolvimento da narrativa, na
direção de atores, na utilização do som
e da música, no uso das cores, na relação entre
tempo e espaço, entre outros aspectos. Ele desenvolve, assim,
o que chamamos de um cinema limítrofe - ou fronteiriço
-, baseado nos contrastes e nas analogias entre ilusão e realidade,
sanidade e loucura, mundo interior e mundo exterior, universo adulto
e universo infantil.
Palavras-chave: David Lynch, ilusionismo/anti-ilusionismo,
cinema limítrofe.
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VIDEOHAIKU
Almir Antônio Rosa
RESUMO - Nessa apresentação
pretendo falar do intercâmbio de linguagens e suportes e da relação
entre signos na criação artística, e da conseqüente
estética daí surgida. Esses estudos são frutos
de minha dissertação, apresentada ao Programa de Estudos
Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica,
da PUC/SP, em 2000, com o apoio da Capes, e com a qual obtive o grau
de Mestre. A parte prática de meu estudo é composta de
uma série de videoarte intitulada VIDEOHAIKU, da qual pretendo
exibir algumas partes conjuntamente com a minha fala. Essa obra, realizada
por mim, faz a junção da poesia japonesa haiku com a tecnologia
do vídeo. A conclusão desses estudos é de que a
estética do haiku "contaminou" o videohaiku. Como ilustração
de como isso se deu, apresentarei um estudo desse gênero poético
desde suas origens e escolas, seu desenvolvimento no Japão e
sua adaptação no Brasil; a diferenciação
entre haikai e haiku, suas leis, tais como a métrica, o kigo,
o kireji etc, bem como sua relação com outras mídias
e com a tradução intersemiótica; e, por fim, de
como essa estética surge na criação do videohaiku.
Palavras-chave: videoarte, haiku, tradução
intersemiótica.
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O
DOCUMENTÁRIO JORNALÍSTICO, GÊNERO ESSENCIALMENTE
AUTORAL
Cristina Teixeira V. de Melo; Isaltina
Mello Gomes; Wilma Morais
RESUMO - Neste artigo, apontamos cinco
características definidoras do documentário como gênero
jornalístico: seu caráter autoral, o uso de documentos
como registro, a não obrigatoriedade da presença de um
narrador, a ampla utilização de montagens ficcionais e
uma veiculação praticamente limitada aos canais de TV
educativos ou por assinatura. Enquanto a reportagem busca ser objetiva,
o documentário carrega em si o ponto de vista do diretor. Se
por um lado a presença de documentos é imprescindível
para caracterizar um documentário, por outro, o gênero
em questão tem uma possibilidade maior de utilizar recursos ficcionais
sem correr o risco de prejudicar sua credibilidade. Fora isso, no documentário,
não existe a obrigatoriedade da presença de um narrador,
coisa que não acontece com a reportagem.
Palavras-chave: gênero jornalístico, documentário,
caráter autoral.
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DO
MITO, MEDIA & MOVIMENTO
Simone Michelin
RESUMO - Este ensaio analisa o desenvolvimento
de uma narrativa em hipermídia, colocada em rede, chamada MMM,
que começou em 1998 com o objetivo de documentar, como um catálogo
eletrônico, um 'work-in-progress' desenvolvido por mim num período
de 9 anos. A hipermidia resultou como a forma mais adequada de apresentar
a série, devido, fundamentalmente, à própria natureza
de minha investigação no campo das artes. Porém,
ao tentar transpôr para o terreno da hipermidia tal conteúdo,
foi necessária uma adaptação que teve como resultado
a criação uma nova instância de significação,
que acredito ser um tipo interessante de linguagem icônica e híbrida.
Palavras-chave: vídeo, hipermídia, catálogo
eletrônico, hibridismo.
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O
SUJEITO NO CIBERESPAÇO
Arlindo Machado
RESUMO - Nos anos 80, a questão
da enunciação constituiu um dos temas que mais mobilizou
a teoria cinematográfica, tendo atraído a atenção
de autores do porte de um Jean-Pierre Oudart, Nick Browne, Edward Branigan,
André Gaudreault, Daniel Dayan, William Rothman, Christian Metz
e tantos outros. O declínio dessa vertente teórica, no
começo dos anos 90, foi explicado, de um lado, por autores como
François Jost e Michel Chion, como o resultado de uma incapacidade
dos primeiros teorizadores em encarar o cinema como um meio híbrido
e, de outro, pelo fato do próprio cinema começar a transformar-se
a partir da hegemonia da televisão e do surgimento dos novos
meios (posição defendida por Miriam Hansen, entre outros).
Nosso objetivo será verificar o que deve mudar na teoria da enunciação
a partir da consideração das novas formas de produzir
e consumir mensagens audiovisuais introduzidas pelos meios eletrônicos
e digitais. Será interessante, nesse sentido, retomar as técnicas
de imersão, experimentadas em espetáculos pré-cinematográficos,
como os panoramas do século XIX, e verificar como elas são
retomadas nos atuais vídeo-games e nos dispositivos de realidade
virtual. Procuraremos detectar também, no pensamento atual sobre
os novos meios, como estão sendo instaurados hoje novos regimes
de subjetividade. Para isso, faremos a revisão das teorias de
Brenda Laurel e Allucquère Rosanne Stone sobre as narrativas
interativas e o fenômeno que os povos de língua inglesa
chamam de agenciamento (agency), ou seja, o efeito de assujeitamento
do espectador necessário à ilusão de imersão;
das idéias de Sherry Turkle sobre as personalidades virtuais
(avatares) que habitam o chamado ciberespaço e o desenvolvimento
de identidades múltiplas nas situações de interação
mediadas por computadores; e da reflexão de Janet Murray sobre
os mecanismos de imersão e os modos como o leitor/espectador
interage com as situações potenciais acumuladas nas memórias
de computador.
Palavras-chave: enunciação, avatar, narrativa
automática, sujeito, imersão.
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A
LEITURA DA IMAGEM INTERATIVA
Mônica Tavares
RESUMO - Este artigo inicia estabelecendo
a definição de imagem interativa; prossegue examinando
o fundamento dialógico que sustenta a noção de
este tipo de imagem funcionar como um intertexto. Em seguida, a partir
do pressuposto de a imagem interativa comportar-se na dialética
entre virtualização e atualização, elenca
diferentes modos de inserção do receptor na obra, decorrentes
das estratégias de leitura a ela inerentes que, por sua vez,
são relativas à forma tal qual a imagem se apresenta;
por fim, investiga o modo como se desenvolve o ato de leitura da imagem
interativa, indicando que o processo de decodificação
da mesma é também determinado pelo grau de consciência
de linguagem, próprio a cada receptor, o que lhe permite desempenhar
(ou não) o papel de recriador da obra.
Palavras-chave: estética da recepção;
interatividade; intertextualidade
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A
COMUNIDADE NA TV: UMA ANÁLISE SOBRE A REGIONALIZAÇÃO
DA NOTÍCIA E O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
Juliane Guzzoni
RESUMO - Algumas mudanças implantadas
nos telejornais da Rede Globo, em todo o país, vão em
busca, do resgate de uma identidade de grupo. Em março de 1998,
a Rede Globo estreou em São Paulo o "novo SPTV-1ª Edição".
Foi uma espécie de laboratório, com mais informalidade
e abertura de espaço para debates ao vivo, com a participação
popular. Depois, o modelo denominado de "Jornal Comunitário"
passou a ser adotado por emissoras afiliadas da Rede Globo, em todo
o país. A proposta deste estudo é analisar como as emissoras
abrem espaço para que a comunidade manifeste seus problemas,
como eles são abordados e todo o processo de edição,
a abordagem e o debate dos assuntos que envolvem a comunidade, no telejornal.
Palavras-chave: Comunitário, Telejornalismo,
Televisão.
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REVISTA
FEMININA NA TELEVISÃO: O PROGRAMA NOTE E ANOTE E A FORMAÇÃO
DA MULHER PARA O MERCADO DE TRABALHO INFORMAL
Ana Carolina Rocha Pessôa Temer
RESUMO - Esse artigo pretende fazer uma
abordagem da revista feminina na televisão a partir da análise
de conteúdo e de um estudo de recepção sobre o
programa NOTE E ANOTE apresentado de segunda a sexta feira na Rede Record
de Televisão, sob o comando da apresentadora Claudete Troiano.
A pesquisa analisa principalmente as matérias de serviço,
a partir da perspectiva de que essas matérias tem um enfoque
basicamente didático e buscam formar e/ou atualizar a mulher
que atua ou pretende atuar no mercado de trabalho informal, explorando
a idéia de "ganhar dinheiro sem sair de casa". Para
a realização desse estudo foram gravados em fitas vhs
comuns cinco exemplares consecutivos do programa NOTE E ANOTE, entre
os dias 19 e 23 de março, e realizadas entrevistas em profundidade
com dez mulheres entre 25 e 40 anos, que exercem atividade economicamente
rentável no mercado de trabalho informal.
Palavras chaves: Televisão - Revista Feminina
- Note e Anote
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DO
GLOBAL AO LOCAL: TELESPECTADORES MOGIANOS ASSISTEM AO JORNAL DA TV DIÁRIO
POR SE IDENTIFICAREM COM O QUE VÊEM NA TV
Cristiane de Sousa Jageneski
RESUMO - Este estudo tem como objetivo
identificar os motivos pelos quais os telespectadores da cidade de Mogi
das Cruzes passaram a dar preferência à programação
local depois do advento da TV Diário - Canal 14 (UHF), inaugurada
no dia 1º de maio de 2000, como a 112ª afiliada da Rede Globo de Televisão.
O foco deste trabalho está centrado na audiência do programa
jornalístico SPTV 2ª edição, que vai ao ar das
18h55 às 19h10, de segunda a sábado, pois é um
telejornal inteiramente produzido na emissora afiliada. O interesse
pela temática apresentada se justifica pelo fato da população
mogiana continuar tendo acesso à programação veiculada
através do canal 5, o que nos instiga a conhecer quais motivos
incentivaram a substituição do jornal produzido na cidade
de São Paulo pela produção local. Para tanto, estaremos
utilizando os princípios da teoria dos "Usos e Gratificações".
Palavras-chave: Telejornal, audiência, motivação.
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IMAGENS
DO MAR: VISÕES DO PARAÍSO NO CINEMA BRASILEIRO ATUAL
Lúcia Nagib
RESUMO - As imagens de mar com sentido
revolucionário, nos filmes Deus e o diabo na terra do sol e Terra
em transe, de Glauber Rocha, remetem aos mitos do paraíso perdido
e reencontrado, relacionados ao Brasil desde o Renascimento europeu
e os grandes descobrimentos. Retomando as imagens glauberianas, o cinema
brasileiro, a partir de meados dos anos 90, utiliza-se novamente de
imagens de mar ou grandes superfícies de água como metáfora
do paraíso perdido ou reencontrado, numa flutuação
que reflete os diferentes momentos políticos do Brasil. A pátria
e o pai perdidos, alegorizados em imagens de mar, são tema, por
exemplo, de Terra estrangeira, filme de 1995, que se vincula diretamente
à crise política do início dos anos 90. Filmes
posteriores, como Corisco e Dadá e Crede-mi, porém, irão
abrir-se com imagens grandiosas de mar que aludem ao paraíso
reencontrado, como reflexo das mudanças políticas ocorridas
no período.
Palavras-chave: Cinema brasileiro; utopia; mar
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ODISSÉIA
NO TEMPO
Vera Lúcia Giraldez Canabrava
RESUMO - Através do tema Problematizações
sobre o virtual iremos enfocar dois modos de conceber o virtual e suas
conseqüências na produção da subjetividade:
virtual como infinito e virtual como possível. Esta intervenção
opera com algumas das problematizações decorrentes das
questões trazidas pelas novas tecnologias de informatização,
aquelas que discutem a produção do real. Em especial algumas
problematizações que tratam da Inteligência Artificial.
Com este objetivo iremos utilizar o filme MATRIX, produção
americana dos irmãos Larry e Andy Wachowski, de 1999. O filme
constrói uma guerra de vida e morte entre a MATRIX e os humanos.
Alguns dos problemas construídos pelos autores já estavam
postos em BLADE RUNNER, como a hibridação, e em 2001 UMA
ODISSÉIA NO ESPAÇO. MATRIX traz novas questões.
Palavras-chave: Problematizações sobre
o virtual, Virtual como infinito e virtual como possível, Inteligência
Artificial, MATRIX
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HISTÓRIA
E MEMÓRIA EM ZWEIG: A MORTE EM CENA, DE SYLVIO BACK E NÓS
QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS, DE MARCELO MASAGÃO
Denise Lopes
RESUMO - Montar um filme é basicamente
selecionar. "Recordar é selecionar. Se me lembrasse de tudo
o que se passou ontem, eu seria como Funes, de Borges (...) A Internet,
ou a World Wide Web já é (ou será em breve) um
imenso Funes.", diz Umberto Eco. E continua: "A liberdade
de escolha entre uma multiplicidade de informação é
positiva para os ricos (digo ricos do ponto de vista intelectual, aqueles
que são capazes de discriminação crítica),
mas não para os pobres. Parte-se para uma nova divisão
de classes, não mais fundada no dinheiro, mas na capacidade de
exercer seu espírito crítico e selecionar a informação."
Diante do que chama "globalização da memória",
Eco preconiza: "O resultado corre o risco de ser uma sociedade
composta de identidades individuais justapostas (o que me parece um
perigo)".
Palavras-chave: crise da memória; filtragens
ideológicas; aprendizagem da seleção
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TV
DE QUALIDADE: UMA CONTRADIÇÃO EM TERMOS?
João Freire Filho
RESUMO - Tomando como base crônicas
escritas por Nelson Rodrigues nos anos 60 e 70, este trabalho apresenta,
de início, um breve quadro histórico das cíclicas
polêmicas envolvendo o nível da televisão brasileira.
Em seguida, trazendo a questão para o âmbito da contemporaneidade,
discute equívocos que rodeiam o conceito TV de qualidade. Defende
a importância de que o debate seja centralizado na investigação
dos recursos e das potencialidades do próprio veículo,
e não na habilidade do mesmo em mimetizar ou reciclar estratégias
narrativas e visuais de manifestações artísticas
mais prestigiosas.
Palavras-Chave: Televisão; Qualidade; Linguagem
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VIAGENS
E ENCONTROS EM BRASIL LEGAL
Daniela Dumaresq
RESUMO - Durante pouco mais de três
anos uma equipe de televisão se aventurou pelos cantos do país
a fim de buscar um Brasil legal. Onde ‘legal’ está próximo
do divertido, criativo ou risível, embora não contradiga
suas acepções jurídicas. O resultado destas viagens
nos chama atenção pela combinação de dois
elementos, ‘povo’ e ‘riso’, alinhavados com delicadeza proveniente,
sobretudo, de forte influência da antropologia e da tradição
do documentário. Se ‘povo’ e ‘riso’ são uma fórmula
de audiência para os chamados programas populares, em Brasil Legal
tal fórmula ousou ‘ir verificar’ os modos de vida que coabitam
nosso país. O resultado das viagens foram encontros entre modos
de vida díspares, tendo como mediação a televisão,
sua aparelhagem, linguagens, tensões, brigas por audiência,
desejo de construir um produto de qualidade diferenciada.
Palavras-chave: Televisão, Humor, Documentário.
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EXISTE
QUALIDADE NA REPETIÇÃO TELEVISUAL?
Soraya Maria Ferreira Vieira
RESUMO - Nosso objetivo é discutir
e mostrar que a repetição é uma característica
constante do veiculo televisão.Está presente tanto nos
programas como no fluxo da programação. Neste primeiro
momento averiguamos algumas funções, propósitos
e levantamos alguns traços da estética da repetição
na televisão cotidiana, corriqueira, dada no fluxo de diferentes
redes, ou seja, no fluxo televisual. Assim, a preocupação
central é a de se pensar como a repetição se apresenta
nos programas televisuais, em especial na publicidade e no telejornalismo.
Deste modo, averiguamos a maneira como a repetição se
manifesta como elemento de linguagem, acrescentando e agregando aos
signos valores complementares, alterando o significado dos sistemas
ali atuantes. À partir daí começamos de modo preliminar
a pensar como a repetição pode contribuir na discussão
tão em voga hoje no Brasil: a de qualidade na televisão..
Palavras-chave: Televisão; Repetição;
Propaganda Televisual
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CRONICAMENTE
INVIÁVEL: A IRONIA EM PERSPECTIVA VERBO-VISUAL
Ana Rosa Gomes Cabello, Mariana Duccini Junqueira
da Silva
RESUMO - A ironia é o componente
lingüístico-discursivo estruturador do filme Cronicamente
inviável, de Sérgio Bianchi. Nesta obra, podem ser analisadas
as diferentes formas de articulação entre os elementos
verbais (diálogos e narrações em off), estético-visuais
(tipos de planos, movimentos de câmera e composições
cênicas) e sonoros (trilhas musicais e ruídos), com vistas
à efetivação do fenômeno irônico.A
combinação desses aspectos, no interior de cada cena,
permite que a ironia seja analisada sob um ponto de vista específico,
pontual. Há, também, a possibilidade do estudo do fenômeno
em termos estruturais - efetivado quando o filme subverte os principais
componentes presentes nas narrativas tradicionais: a atuação
do herói, o estabelecimento do conflito, a restauração
do equilíbrio e as associações decorrentes do gênero.
Palavras-chave: construção da ironia,
articulações verbo-visuais, organização
fílmica.
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FILME
HISTÓRICO E IDENTIDADE NACIONAL: O EXEMPLO DE LAMARCA
Miriam de Souza Rossini
RESUMO - O presente trabalho pretende avaliar
como os filmes de reconstituição histórica vêm,
desde a década de 90, ajudando a propor discussões em
torno da identidade nacional brasileira, tomando como exemplo o filme
Lamarca, 1994, de Sérgio Rezende. A hipótese é
de que numa época em que o avanço da globalização
econômica provoca uma certa diluição de fronteiras
culturais, o filme histórico apresenta-se como uma defesa do
nacional, ou pelo menos com propostas de reavaliação sobre
o tema. Embora, no Brasil, o filme de caráter histórico
nem sempre seja bem visto, por ter optado em outras épocas por
seguir tendências oficialistas, nos últimos anos ele vem
embalado por um outro tipo de opção (ou quiçá
intenção). Com isso resgatam-se os projetos daqueles que
a historiografia convencionou chamar de "vencidos", mas cujos
atos continuam servindo de inspiração para o presente.
Palavras-chaves: Filme histórico, identidade
nacional, globalização.
volta
O
ILUMINADO, DE STANLEY KUBRICK
Fernando S. Vugman
RESUMO - Ao comparar O Iluminado, de Stephen
King, com sua adaptação fílmica pelo diretor Stanley
Kubric, este trabalho pretende demonstrar que, enquanto o escritor inclui
conflitos e angústias psicológicas e sociais em seu romance
de terror apenas como recurso para aumentar a identificação
do leitor com os personagens e provocar o horror, sem jamais permitir
que tais dramas se cristalizem numa crítica à estrutura
social e à ideologia dominante americana, Kubrick constrói
seu filme de modo a empregar o gênero de terror como um agudo
instrumento de crítica social. Na discussão que se seguirá,
será argumentado ainda, que os critérios empregados pelo
diretor em sua adaptação do livro de King obedecem a restrições
impostas pela pós-modernidade aos artistas dos tempos atuais.
Palavras-chave: gênero cinematográfico;
adaptação cinematográfica; O Iluminado.
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