DISCURSO JORNALÍSTICO E AUTOLEGITIMAÇÃO PELA REPRODUÇÃO DE VOZES

Fernanda Lima Lopes (UFRJ)

A profissão que se constitui em torno da função de falar do mundo e para o mundo entra na ordem do discurso (e mantém-se nela) a partir de uma série de estratégias de autolegitimação. O âmbito do discurso é local privilegiado em que jornalismo negocia seu poder simbólico. Tomando como objeto de análise as “Carta ao leitor” da revista Veja, este artigo tece considerações sobre as maneiras pelas quais o jornalismo expõe as diversas vozes de atores sociais presentes no mundo que ele diz representar. Essa discussão está situada no contexto das novas tecnologias de informação e comunicação, não esquecendo, portanto, de ordenamentos e arranjos característicos da contemporaneidade cujos impactos podem ser sentidos na atividade jornalística não só dos novos meios, mas também na dos tradicionais veículos de comunicação.