CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS MIDIÁTICAS: FÃS, INDÚSTRIAS DO ENTRETENIMENTO E OS LIMITES DA INTERATIVIDADE

João Batista de Macedo Freire Filho (UFRJ)

Graças ao notório empenho afetivo para usufruir de um maior controle sobre o seu objeto de admiração, as comunidades de fãs são apontadas, com freqüência, como principais catalisadoras e grandes beneficiárias da emergente sociedade da interatividade (essencialmente democrática, não-hierárquica, favorável ao diálogo e à participação, segundo inúmeros pareceres acadêmicos e mercadológicos). Tomando como base as práticas criativas fomentadas na interface entre as fantasias e os interesses dos fãs e as mercadorias das indústrias do entretenimento, reflito, neste artigo, sobre novos modos de autoria, produção, circulação, marketing e consumo dos bens simbólicos, num contexto de simbiose, negociação e disputa entre usuários e corporações midiáticas em que prevalecem as assimetrias de poder e restritivos parâmetros legais e comerciais.