A OCUPAÇÃO MIDIÁTICA SEM-TERRA: POR UM CONCEITO POLÍTICO DE RUÍNA DISCURSIVA

Kleber Santos de Mendonça (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE E UNESA)

O artigo analisa a relação entre as estratégias de visibilidade midiática do MST e as coberturas jornalísticas daí decorrentes, partindo da hipótese de que os sem-terra são capazes de provocar a emergência da ocupação midiática, através da qual ganha destaque uma re-interpretação política dos acontecimentos. Os veículos jornalísticos, por sua vez, se vêem obrigados a controlar os sentidos hegemônicos, violentamente ameaçados. Assim, propõe-se o conceito de ruína discursiva para avaliar como um ator político pode pautar até mesmo uma cobertura jornalística que lhe é adversa. A suspeita é a de que o MST, ao ter sua visibilidade arruinada, promove, por sua vez, a ruína discursiva da objetividade jornalística.