DT4: DT 4 - Cinema A MEMÓRIA DO FASCISMO EM “AMARCORD”, DE FELLINIഀ
(NOTAS SOBRE A POLÍTICA NA OBRA DE UM GRANDE MENTIROSO)ഀ
Adriana Schryver Kurtz (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Aline Mascarello Dorst (Escola Superior de Propaganda e Marketing)
ResumoO artigo examina a memória do fascismo em “Amarcord” (1973), de Federico Fellini, retomando a discussão sobre o suposto abandono, por parte do cinema felliniano, do caráter político e crítico das primeiras obras. Esta reflexão questiona a idéia – ainda hoje generalizada - de que Fellini teria radicalizado um ethos meramente fantástico, onírico, nostálgico e memorialístico ao longo de sua produção autoral. A análise de “Amarcord” e das próprias posições do cineasta que, provocativamente, se intitulava “um grande mentiroso”, sugere que Fellini jamais abriu mão da política e da crítica. De fato, Fellini desprezaria abertamente um cinema militante, programático e engajado, inaugurado pelos mestres neo-realistas e seguido fielmente por toda uma geração de novos cineastas, inspirados por esta estética. Palavras-chave: Federico Fellini, Cinema Político, Amarcord, Memória, Neo-Realismo |