“NARRAR E SER NARRADO”: A MORTE E OS USOS NARRATIVOS NAS REDES SOCIAIS

Renata de Rezende Ribeiro (Universidade Federal do Espirito Santo)

O artigo que se propõe aborda como as autobiografias (enquanto narrativas sobre o si/eu) se entrelaçam às histórias que partilhamos com os outros, transformando-se em biografias contadas pelos outros, principalmente quando a temática é a morte advinda da violência. Nessa análise, trabalhamos com as narrativas produzidas com perfis dos usuários mortos das redes sociais, especificadamente no Orkut , que hibridizam tais textos como discursos simbólicos, na medida em que entrelaçam relatos constituídos pelos usuários enquanto participantes vivos/ativos daquela plataforma e, posteriormente, quando mortos "na realidade" fora da rede, passam a ser narrados pelos demais usuários. Como caso específico, verificamos tal conjuntura no perfil de uma das vítimas da tragédia de Realengo, no Rio de Janeiro, em abril de 2011, quando 12 adolescentes foram mortos dentro da escola por um ex-aluno.