O CRIME DO POÇO – A CIDADE QUE PRODUZ UM GRANDE CRIME PODE DAR UMA GRANDE LITERATURA

Maria Cristina Castilho Costa (Universidade de São Paulo)

O artigo faz uma análise do processo de censura prévia de O Poço (1950), peça teatral de Helena Silveira, pertencente ao Arquivo Miroel Silveira da ECA-USP. Através dessa análise, mostramos como a censura, impulsionada por duvidosos critérios éticos e estéticos, condenou a peça ao fracasso, enquanto a memória da população continuou a tecer considerações a respeito desse crime hediondo que abalou a cidade de São Paulo – o crime do poço, da Rua Santo Antonio, no Bixiga, em 1950. Com este estudo, revela-se a intertextualidade que existe entre arte e realidade, jornalismo e dramaturgia, memória e documentação.