PROMOÇÃO E ORGANIZAÇÃO



 

Incentivo a regionalização da Intercom

É com satisfação que a Intercom promove o XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste. O evento resulta do esforço coletivo de professores da Universidade Federal do Piauí, mais uma instituição do país que aceitou o desafio de sediar um congresso regional, contando com o apoio de outras instituições de ensino superior locais, como Faculdade Santo Agostinho e Centro de Ensino Unificado de Teresina, e, também órgãos governamentais, na esfera estadual e municipal.

Há mais de 20 anos, a Intercom iniciou esse processo de interiorização da discussão acadêmica sobre o campo da comunicação. Primeiro foram os Simpósios Regionais, conhecidos como SIPECs, encontros que por mais de 10 anos mobilizaram pesquisadores, professores e estudantes, criando um espaço para atualizar o debate sobre o estado da arte e as tendências da pesquisa em Comunicação de cada região. Em 2006, a Intercom substitui os SIPECs pelos Congressos Regionais, com o objetivo de estimular a produção científica existente nos diversos espaços de ensino, pesquisa e produção comunicacional. A mudança trouxe uma inovação importante: os congressos regionais discutem, agora, o tema central do Congresso Nacional. A sistemática de debate da temática nessas duas instâncias instaurou um campo fértil para o diálogo plural entre diferentes perspectivas regionais numa conjuntura marcada pela globalização.

Em 2009, os pesquisadores da região Nordeste foram convidados a refletir sobre o tema central escolhido para o Congresso Nacional da Intercom, Comunicação, Educação e Cultura na Era Digital. O resultado está neste Anais que reúne papers e artigos sobre cultura global, identidade cultural, tecnologias da informação e da comunicação, digitalização da mídia, políticas públicas na sociedade digital e interfaces entre comunicação e educação.

Ao propor a discussão sobre as interconexões entre a era digital e os impactos nas esferas da cultura e da educação, a Intercom incentiva pesquisadores a compreenderem como os dispositivos de comunicação e informação digitais que permitem interconectar o planeta em tempo real podem unificar crenças valores, estilos de vida padrão de consumos e, fundamentalmente, a competitividade entre mercados. Sinaliza para a necessidade do debate sobre como essa transformação, radical e profunda, afeta o cotidiano, as identidades culturais, a vivência e experiência das dimensões sobre o tempo e o espaço em nível regional, as formas de perceber e conhecer o mundo e, especialmente do ponto de vista da educação, as maneiras originais de produção do conhecimento.

Ao focar a digitalização na perspectiva da cultura e da educação, a Intercom quer convergir as visões do debate regional e nacional sobre as interfaces entre tecnologia e condição da vida humana e sua articulação com a comunicação, linguagem e cidadania.

Nelia R. Del Bianco
Vice-presidente da Intercom