IMAGENS DE INVASÃO E VIOLÊNCIA URBANA: REALISMO E VIOLÊNCIA NO FILME DE BETO BRANT

Bruno Bueno Pinto Leites (Unisinos)

Partindo dos conceitos de imediação e hipermediação, de Bolter e Grusin, construo um referencial teórico para analisar o filme "O Invasor" (2002), de Beto Brant. Os autores afirmam que a imediação é um desejo ocidental desde o Renascimento. Todavia, parece-me que a imediação seria uma atualização de características de base da visualidade ocidental, mas não um desejo fundante em si. Observo as análises de Andrea França para compreender como a autora discute o consenso e o dissenso no cinema político contemporâneo, à medida que o dissenso seria a ruptura da totalidade da imagem (esta, sim, uma característica de base da visualidade ocidental). Na terceira parte do artigo, analiso como "O Invasor" extrai a potência da imagem por meio da invasão, e como no filme a re-estabilização é impossível e não consta sequer como potência.