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NP 04 » Produção Editorial

Resumo: O texto tece considerações a respeito de uma série de "fatores externos" aos livros e que desempenham um importante papel na divulgação de determinados autores e gêneros literários, especialmente a partir da segunda metade da década de 80 e no decorrer da década de 90. O trabalho discorre acerca de alguns desses fatores, mostrando em que medida eles seguem (ou não) a lógica da disputa simbólica pela "distinção cultural", conforme o modelo proposto por Pierre Bourdieu. A análise tem como foco principal as narrativas policiais escritas por autores brasileiros, em especial aquelas publicadas pela editora Companhia das Letras.
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Resumo: O objetivo deste trablho é analisr, pelo crivo da produção editorial, a trajetória dos livros Harry Porter, da escocesa J.K. Rowling. Por meio de alguns indicativos e dados comparativos entre Brasil, Inglaterra, França e Itália, alguns pontos de reflexão se destacam: best-seller e literatura popular de massa; peritextualidade e estratégias de mercado; literatura, campos midiáticos e novas tecnologias; vocalidade, serialização e repetição; era uma vez...mais uma vez...aventura e narrativa fantástica; duplos, sombras e magias: de imagens e da composição do imaginário.

Resumo: O presente texto visa trazer contribuições para a compreensão a respeito do processo inicial de formulação de produtos de mídia impressa brasileira voltados ao público jovem. Com vistas à concretização da finalidade acima proposta, foi realizado um estudo de caso da revista Pop, primeira publicação impressa do país direcionada especificamente a esse segmento de consumidores, tendo circulado durante os anos 70. Nesse sentido, será aqui apresentado - após considerações envolvendo particularmente o advento da cultura juvenil, nos anos 50, e a publicação propriamente dita - um olhar acerca da relação que uma revista que pretendia para si uma certa aura de 'modernidade' mantinha com assuntos de caráter nostálgico, ao mesmo tempo em que buscava trazer prognósticos para o futuro que então se avizinhava - anos 80.
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Resumo: O trabalho oferece uma contribuição para o estudo das origens de nossa indústria editorial. Para além das tentativas frustradas da implantação de tipografias feitas por editores-impressores no Brasil colonial, antes da instalação da Impressão Régia em 1808, a pesquisa busca identificar as pontes possíveis entre as propostas de política editorial e de personagens envolvidos na criação, em Lisboa, de A Casa Literária do Arco do Cego (1799-1801), especialmente o papel de seu diretor, Frei José Mariano da Conceição Veloso, botânico nascido em Minas Gerais, também incansável editor e tradutor, e a criação da primeira editora oficial e permanente no Rio de Janeiro, que reproduz, em grande parte, o modelo da Impressão Régia, de Lisboa, que, logo após incorporar a extinta Arco do Cego, de brevíssima existência, teve Frei Veloso como um de sues diretores.

Resumo: Este trabalho propõe a abordagem histórica de algumas questões relativas aos meios de transmissão cultural e aos equipamentos culturais entre os séculos XIII e XIV, em uma área geográfica específica, a Itália das cidades mercantis. Através do estudo das representações textuais de matriz intelectual, procura reconstituir as redes de transmissão do conhecimento que as norteia. Em um segundo momento, busca reconstituir a teia relacional entre a escrita e outras fontes de conhecimento para a "distribuição" da informação organizada, deparando-se com os elementos das expectativas de públicos diferentes. Nesse sentido, busca reconstituir a "enciclopédia" de referência sócio-cultural de uma determinada época, genealogicamente importante para compreender a constituição da sociedade moderna.
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Resumo: A ruptura provocada pela inserção das tecnologias computacionais no campo das práticas de leitura tem como origem a produção de sentidos atrelada ao suporte textual. Esta questão parte da concepção de que os repertórios constituídos sobre o livro impresso não foram transferidos para o livro eletrônico.
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Resumo: Neste texto pretendo desenvolver aspectos do olhar brasileiro em direção ao português, e também no sentido contrário, enfatizando os registros existentes em publicações, livros, revistas e jornais. Analisarei sobretudo as representações que contribuíram para as atrações positivas e negativas entre brasileiros e portugueses e o lugar ocupado pelo Brasil nas imagens e representações elaboradas por portugueses em livros, jornais e revistas em fins dos oitocentos. Imagens e representações concretizadas em "ações culturais", que muitas vezes transbordaram para ações e conflitos efetivos, entre autores e parcelas da população. A ênfase será quanto às relações culturais tendo como base o exame de fontes relativas às trocas culturais entre brasileiros e portugueses, sobretudo jornais, revistas, e correspondências.
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Resumo: A pesquisa apresenta uma análise sobre a circulação de livros em Minas Gerais, no início do século XX, tomando como fio condutor alguns aspectos da legislação sobre livros didáticos e um livro considerado exemplar e canônico na época: "O primeiro livro de Leitura" de Arthur Joviano. Por intermédio de correspondências pesquisadas no Arquivo Público Mineiro são recuperados aspectos relacionados às complicadas relações entre remessas, impressão, listas, títulos, compra e uso de livros pelos professores, de 1907 a 1927.
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Resumo: Este trabalho pretende dar continuidade às reflexões que temos desenvolvido no Núcleo Produção Editorial da INTERCOM, em cujo contexto procura situar o papel do contador de histórias como mediador no processo de desenvolvimento do gosto pela leitura e formação do leitor. Queremos, assim, inserir o presente estudo nas questões do ensino de literatura, contemplando uma das formas de aquisição da leitura: através da oralidade. Por extensão, abordaremos aspectos paralingüísticos que se tornam presentes no ato de contar histórias, promovendo nos ouvintes o acercamento e compreensão do texto literário oralizado. Os resultados foram obtidos através da pesquisa O contador de histórias na perspectiva da formação do leitor, na qual vislumbrou-se as modalidades da língua escrita e língua falada, sem, contudo, estabelecer um juízo de valores no âmbito da linguagem, considerando-as no universo lingüístico que faz parte da vida do leitor em formação.
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Resumo: Esta comunicação trata das "viagens pitorescas" como gênero editorial em sua origem nas últimas décadas do século XVIII e de suas relações com o Brasil depois da transferência da Corte portuguesa em 1808. Parte das definições da época acerca da noção de pitoresco e busca mostrar que as viagens, para além de suas dimensões artística e de aventura, possuíam um caráter empresarial e envolviam verdadeiras equipes de profissionais. Algumas delas foram empreendimentos não só lucrativos mas também serviram como plataforma de afirmação de seus protagonistas em instituições e círculos de poder, produzindo honras e famas. No caso brasileiro, para além da atração por ambientes exóticos, foram moedas de troca no sistema das duas colônias de artistas e letrados que viveram de assuntos brasileiros em Paris e no Rio de Janeiro.

Resumo: O presente trabalho tem como proposta analisar a participação de mulheres na imprensa paulistana, especificamente a Revista Feminina (1914/1936). Para tanto, elegi a seção interna "Jardim Fechado", que publicou, de 1917 a 1927, cartas e trechos literários das assinantes da Revista. O cruzamento da correspondência destas leitoras e a repetição dos seus temas - leitura, cuidados com o corpo, com a saúde, com o casamento - permite considerar como equivocada a informação oficial de que a quase totalidade das brasileiras até meados do anos vinte do século passado estavam condenadas ao analfabetismo. Ao adotar alguns pressupostos teóricos de Homi Bhabha também procuro mostrar que as brasileiras, embora afastadas dos círculos oficiais e das relações de poder até meados do século XX, também ajudaram a construir a história cultural do Brasil.
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Resumo: Esta comunicação, parte de uma investigação mais ampla, pretende revisitar um continente escrito bastante heterogêneo e incomum, embora em circulação desde o século XV, em diferentes sociedades da Europa, particularmente, quando da aparição dos chamados "manuscritos impressos". Nesse período, progressivamente à repercussão cultural das edições em livro, difundiram-se outras tipologias textuais, derivadas de praticas sociais muito peculiares e veiculadas sobre tecidos bordados. O resultado dessas praticas de escrita aparecem na tradição anglo-saxônica, através do termo: "sampler", em língua francesa pelas designações: "abécédaire ou marquette" e, mais tarde, na cultura luso-brasileira a partir dos nomes: "mostruário", "mapa" ou, simplesmente, "monograma". A letra, a assinatura e a data aparecem, pois, como os primeiros indícios de uma antropologia textual, tipicamente, artístico-artesanal e manifesta sob peças de tapeçaria bordada. Além deles, outros sinais e registros escritos, como: versos de amor, preces, genealogia familiar e outros gêneros foram, aqui, repertoriados. Eles constituem parte de um inventario cultural sobre diferentes sociedades letradas e certas praticas sociais, escolares e editoriais.
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Resumo: O objeto de análise centra-se na imaginação nacional que investe o ofício e a aventura de escrever, editar e ler os contos, versos e cenas dos livros que formam o catálogo da Biblioteca Infantil das Livrarias do Povo, de Pedro da Silva Quaresma e da Francisco Alves, de Francisco Alves de Oliveira, somados ao "movimento patriótico" iniciado com a circulação do semanário O Tico-Tico. Os primeiros estão unificados no selo "Para Crianças", o segundo instaura uma ordem do impresso infantil. Os livros e revistas são tomados como suportes das escolhas editoriais, da escrita dos textos e da apropriação criativa. Tão importante quanto a representação literária da nação são as modalidades diferenciadas e plurais da construção dos significados das obras, de acordo com a dinâmica da rede de interdependência das posições sociais ocupadas pelos escritores e livreiros-editores, e a partilha nos usos e representações que fazem os leitores.
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Resumo: O artigo descreve dados da pesquisa Retrato da leitura no Brasil, e depois mostra como a imprensa brasileira fez interpretações diferenciadas dos resultados da investigação. As razões e implicações destas diferentes apropriações são discutidas, apontado para existência de uma leitura "ideológica" da pesquisa por parte da imprensa, no sentido dado a esse conceito por Thompson (1995), ou seja, um fenômeno simbólico cujo sentido termina por sustentar relações de dominação.
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Resumo: Durante o período de "abertura" política no Brasil (1974-1985), houve um grande crescimento da edição e da venda de livros de oposição ao regime militar. Este texto apresenta uma definição do que chamo de editoras de oposição e um primeiro levantamento dessas editoras. Apresenta também algumas questões sobre como essas editoras se organizavam enquanto empresas, como suas vinculações políticas e ideológicas afetavam a lógica empresarial e como as questões econômicas influenciaram a sua linha editorial, procurando verificar como os objetivos políticos que levaram à criação das editoras de oposição se relacionavam com a idéia básica de uma empresa: a organização e o lucro. Ou seja, como a lógica política e ideológica era influenciada e influenciava a lógica empresarial.
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